tag:blogger.com,1999:blog-71441320976835157692024-03-13T04:06:17.884-07:00SÃO LUÍS EM CENARamssés Silvahttp://www.blogger.com/profile/03058493966069323536noreply@blogger.comBlogger15125tag:blogger.com,1999:blog-7144132097683515769.post-87678580559332226672011-05-13T14:05:00.000-07:002011-05-13T17:43:31.295-07:00Crimes Célebres: O Crime da Ulen<div style="text-align: center;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/-nldFkPQHQyM/Tc2gEWNNBjI/AAAAAAAAAH0/aMT4G922PzI/s1600/crime%2Bda%2Bulen.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 300px; height: 148px;" src="http://2.bp.blogspot.com/-nldFkPQHQyM/Tc2gEWNNBjI/AAAAAAAAAH0/aMT4G922PzI/s400/crime%2Bda%2Bulen.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5606313107687015986" border="0" /></a><br /></div><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" >Não é de hoje que o imperialismo norte-americano faz suas vítimas. O capitalismo desenfreado vindo da terra do <span style="font-weight: bold;">Tio Sam</span> e a sua capacidade de plantar investimentos colhendo logo em seguida, com rigor espartano, tudo que lhe é e não é de direito, são emblemáticos. Sendo que aqueles que não se encaixam ou mesmo ousam desafiar este método, digamos, nada ortodoxo de exploração de tudo que gere lucro em terras alheias, geralmente pagam um preço bem alto pela sua petulância e ousadia...</span><span style="font-size:85%;"><br /><br /></span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" >Uma dessas pessoas foi o humilde jovem cajapioense <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 153);">José de Ribamar Mendonça</span> que, mal sabia ele, acabaria passando de réu a vítima numa trama complexa de interesses internacionais</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > </span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" >em terras brasileiras, tornando-se símbolo da resistência popular em detrimento da soberba norte-americana. O ocorrido passaria, anos mais tarde, a ter um cunho ainda mais emblemático por conta de estranhas coincidências que ligavam o assassinado a uma tradicional família de políticos americanos; família esta que sempre fora marcada pela perda de seus integrantes mediante a grandes tragédias.</span><span style="font-size:85%;"><br /><br /></span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" ><span style="font-weight: bold;">1920</span>. A população ludovicense padecia com o péssimo serviço prestado pelos bondes de tração animal. Durante o dia, o problema da falta d'água (as fontes remanescentes do período colonial já não supriam as necessidades). Durante a noite, o problema da falta de iluminação pública.<br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">O comandante<span style="font-weight: bold;"> José Maria </span></span></span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" ><span style="font-weight: bold;">Magalhães de Almeida</span>, genro do governador <span style="font-weight: bold;">Urbano Santos</span>, resolveu solucionar toda a questão, dos bondes à embalagem do algodão fabricado no Maranhão. Para isso, foi fechar contrato com o advogado e empreiteiro americano <span style="font-weight: bold; color: rgb(204, 0, 0);">Henry Charles Ulen</span>. Este havia fundado na Brodway a <span style="color: rgb(204, 0, 0); font-weight: bold;">Ulen & Co.</span>, </span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" >destinada a fazer trapalhadas para projetos governamentais e agenciar empréstimos da <span style="font-weight: bold;">Bankers Trust Company</span>. Logo o povo maranhense — sem luz, sem saneamento, bebendo água de mananciais poluídos — acreditou que um "milagre americano" fora encomendado por Urbano Santos, o que só aconteceria na administração seguinte, de <span style="font-weight: bold;">Godofredo Viana</span>, em<span style="font-weight: bold;"> 26 de março de</span> <span style="font-weight: bold;">1923</span>.<br /><br /></span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" >Logo o governo estadual havia contraído um empréstimo externo, provavelmente agenciado pela própria Ulen, de <span style="color: rgb(204, 0, 0); font-weight: bold;">US$ 1, 5 milhão</span>, e um outro interno, no valor de <span style="font-weight: bold; color: rgb(204, 0, 0);">2,5 milhões de contos de réis</span>, concedido por empresários ludovicenses para a conclusão dos serviços de água, esgoto, luz e tração.</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:85%;" ><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">O governo transferiu para os banqueiros o valor referente ao pagamento dos juros e da amortização do empréstimo, comprometendo assim quase <span style="font-weight: bold;">40% </span>da receita estadual. Pior, o contrato dava à Ulen plena isenção de impostos e a incumbia de fazer todo o necessário à execução dos serviços, debitando as despesas ao governo do Maranhão. </span></span><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:85%;" ><span style="font-family:trebuchet ms;">É mole?</span></span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" >A Ulen entregou as obras seis meses antes do prazo, em <span style="font-weight: bold;">1º de maio de 1923</span>, e inaugurou o serviço de bondes elétricos em <span style="font-weight: bold;">30 de novembro de 1924</span>. </span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" >Mas havia um problema; quem administraria toda essa estrutura?</span><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:85%;" ><span style="font-family:trebuchet ms;"> O governo do estado, em um ramo totalmente desconhecido? Não mesmo. A resolução do problema não é de se admirar; contrataram nos EUA, em <span style="font-weight: bold;">9 de agosto de 1923</span>, a <span style="font-weight: bold; color: rgb(204, 0, 0);">Brightman & Company Incorporation</span>. </span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"> Com total<span style="font-weight: bold;"> isenção fiscal</span>, os EUA administrariam, por <span style="font-weight: bold;">20 anos</span>, o abastecimento de água e esgoto, o fornecimento de energia, os bondes e a embalagem do algodão. O governo assumiu os custos da administração, inclusive despesas do escritório da Brightman, cuja remuneração mensal seria de <span style="font-weight: bold;">10%</span> da renda bruta estimada. Havendo prejuízo, o governo cobriria o deficit!!! O que acontece em seguida é bem fácil de deduzir; os americanos apresentavam dia após dia déficits de caixa para o governo pagar. Virou uma bola de neve! O serviço prestado era de péssima qualidade, além do número reduzido de bondes a circular pela cidade. Logo, a população começou a protestar contra o mal serviço, atrasos e constantes aumentos de tarifa. A situação ficara complicada...<br /><br /><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;" >O governo argumentava que não podia romper o contrato sob o risco de pagar severa multa rescisória e indenizações. São Luís aprendera, da pior forma, que lidar com o capitalismo norte-americano em prol de uma corrida brasileira pela urbanização não era uma tarefa fácil...<br /><br /><br /></span></span></span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" >A sede da Ulen ficava na</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > esquina da <span style="font-weight: bold;">rua da Estrela</span> com a<span style="font-weight: bold;"> rua Direita</span> (<span style="font-weight: bold;">Henriques Leal</span>), onde hoje está localizada a <span style="font-weight: bold;">Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão do Estado</span>. O escritório era chefiado por <span style="color: rgb(204, 0, 0); font-weight: bold;">Harry Isler</span>, e tinha como<span style="font-weight: bold;"> 2º homem</span> na hierarquia <span style="font-weight: bold; color: rgb(204, 0, 0);">John Harold Kennedy</span>, responsável pela parte <span style="font-weight: bold;">contábil</span> da empresa. John Harold era <span style="font-weight: bold; color: rgb(204, 0, 0);">tio de John Fitzgerald Kennedy</span>, que se tornaria<span style="font-weight: bold;"> presidente dos EUA em 1961</span> e morreria assassinado em <span style="font-weight: bold;">1963</span>.<br /><br />Desde a instalação da Ulen em São Luís, em <span style="font-weight: bold;">1923</span>, multiplicaram-se na cidade episódios que revelavam a arrogância, o preconceito e o desprezo de seus funcionários em relação à população ludovicence. Os brasileiros da companhia eram as principais vítimas do tratamento humilhante. Mas os maus-tratos e as atitudes prepotentes não se limitavam às dependências do escritório da Ulen. Quando saíam às ruas para "se divertir", os "gringos" promoviam quebra-quebras homéricos nos bares e arruaças diversas. O mau exemplo vinha de cima. Era conhecido do povo de São Luís o comportamento de <span style="font-weight: bold; color: rgb(204, 0, 0);">Anne Isler</span>, mulher do chefão da Ulen, que aterrorizava os populares quando resolvia ziguezaguear pelas ruas da cidade com seu carrão, à velocidade máxima – na época, uns<span style="font-weight: bold;"> 100 km/h</span>. Além dos carros velozes, Anne nutria outra paixão: a caça. E não só de animais. Certa vez, caçando ilegalmente cotias e perdizes nas matas do<span style="font-weight: bold;"> Sacavém </span>desfechou, com sua <span style="font-weight: bold;">Winchester</span> de dois canos, vários tiros num vulto que apareceu, de repente, por detrás de uma árvore. A "presa" era um guarda florestal, que teve morte instantânea. Na delegacia, questionada por um policial, Anne declarou, displicentemente:<span style="font-weight: bold;"> "Really, he was looking like a monkey!" </span>(<span style="color: rgb(0, 0, 153); font-weight: bold;">"Realmente, ele parecia com um macaco!"</span>).<br /><br />O contador John Harold Kennedy não era menos petulante e grosseiro. Era ele quem cuidava da contratação e demissão dos funcionários brasileiros da Ulen, a quem tratava com modos rudes – tratamento do qual não escapavam nem mesmo aqueles que estavam na empresa desde o início, como era o caso do bilheteiro de bonde <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 153);">José de Ribamar Mendonça</span>. Nas suas horas vagas, Kennedy cultivara o hábito de freqüentar o <span style="font-weight: bold;">bordel de Laulita</span>, na <span style="font-weight: bold;">rua da Palma</span>, onde gastava seus dólares bebendo uísque <span style="font-weight: bold;">House</span>, fumando cigarros <span style="font-weight: bold;">Look-Strike</span> e, naturalmente, comprando sexo. Entre as moças, sua predileta era <span style="font-weight: bold;">Lurdinha</span>, de quem provavelmente contraiu a <span style="font-weight: bold;">blenorragia</span> (doença venérea popularmente conhecida como<span style="font-weight: bold;"> gonorréia</span>) diagnosticada pelo doutor <span style="font-weight: bold;">José Murta</span>, que tinha consultório à<span style="font-weight: bold;"> praça João Lisboa</span>, 190.<br /><br /></span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" ><span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 153);">José de Ribamar Mendonça</span>, ao</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > contrário dos endinheirados americanos, era um jovem humilde e de</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > hábitos simples. Nascido em<span style="font-weight: bold;"> Cajapió</span>, na <span style="font-weight: bold;">Baixada Maranhense</span>, em <span style="font-weight: bold;">1908</span>, criou-se no</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > campo, onde desde cedo aprendeu a cumprir suas tarefas com responsabilidade</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" >. Em <span style="font-weight: bold;">1924</span>, aos <span style="font-weight: bold;">16</span> anos, migrou para</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > São Luís disposto a ajudar a família; empregou-se, então, na Ulen como<span style="font-weight: bold;"> bilheteiro</span>.</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" ><br />Depois do expediente, <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 153);">Ribamar</span> gostava de bebericar umas doses de</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > tiquira no <span style="font-weight: bold;">botequim do Zé Sampaio</span>, que ficava bem perto do escritório da</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > Ulen. E, antes de ir para casa, no<span style="font-weight: bold;"> Beco do Couto</span>, dava um passeio</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > pela <span style="font-weight: bold;">praça Benedito Leite</span>, fumando cigarros<span style="font-weight: bold;"> Fidalgo</span>, a marca mais popular da</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > época.</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > Numa dessas caminhadas, <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 153);">Ribamar</span></span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > encontrou sua amada<span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 153);"> Ita</span>, uma graciosa adolescente de <span style="font-weight: bold;">16</span> anos que morava onde</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > hoje é o <span style="font-weight: bold;">Canto da Fabril</span>.</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" ><br />Quando já estava perto de completar <span style="font-weight: bold;">10</span> anos de Ulen – o</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > que lhe garantiria, por lei, a estabilidade no emprego – <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 153);">Ribamar</span>, com</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" ><span style="font-weight: bold;"> 25</span> anos, pensou em constituir uma família com <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 153);">Ita</span>. Ambos não</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > tiveram nem tempo de sonhar. A demissão de<span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 153);"> Ribamar</span> – sem justa causa</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" >, já que era um funcionário aplicado –, na manhã do dia <span style="font-weight: bold;">30 de</span></span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" ><span style="font-weight: bold;"> setembro de 1933</span>, fez cair por terra todos os planos do casal de concretizar uma</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > vida a dois.</span><br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" >Depois da demissão,<span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 153);"> Ribamar</span> ainda</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > procurou políticos influentes, como o ex-governador <span style="font-weight: bold;">Astolfo Serra</span> para interceder por ele, mas não ad</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" >iantou. Os diretores da Ulen se mantiveram irredutíveis.</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" ><br /><br />No dia <span style="font-weight: bold;">30 de setembro de 1933</span>, o homem que se apresentou, às</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" ><span style="font-weight: bold;"> 17h30</span>, no escritório da Ulen, pedindo para falar com o contador John Harold</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > Kennedy era uma pessoa em desespero.</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > Um jovem maranhense de <span style="font-weight: bold;">16</span> anos, <span style="font-weight: bold;">Alberto Champoudry</span>, atendeu</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 153);">Ribamar</span>, indo chamar John Harold, que estava reunido com o chefe da seção de</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > águas, <span style="font-weight: bold; color: rgb(204, 0, 0);">Ghete Jansen</span>.</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 153);">Ribamar</span> esperou impassível, de pé, junto à grade que separava</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > a sala de espera do escritório propriamente dito. Depois de alguns minutos,</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > John Harold veio até<span style="color: rgb(0, 0, 153); font-weight: bold;"> Ribamar</span>.</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > Os dois trocaram poucas palavras e o norte-americano</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > virou-se para voltar à reunião com Ghete Jansen. Nesse momento, o ex-bilheteiro</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > sacou um revólver marca <span style="font-weight: bold;">OV</span>,<span style="font-weight: bold;"> niquelado</span>, <span style="font-weight: bold;">cano longo</span>, <span style="font-weight: bold;">calibre 32</span>, e</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > desferiu quatro tiros na direção de John Harold; só dois acertaram o</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > norte-americano, mas foram fatais.</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" ><br /><br />Perpetrado o crime, <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 153);">Ribamar</span>, ainda com o revólver na mão,</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > correu em direção à <span style="font-weight: bold;">rua Afonso Pena</span>, perseguido por uma pequena multidão.</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > Chegando ao <span style="font-weight: bold;">Departamento de Saúde e Assistência</span>, entrou no prédio, sendo</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > perseguido pelo cabo da <span style="font-weight: bold;">Força Pública</span>, <span style="font-weight: bold;">José Caetano da Silva</span>.</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > Quando o cabo o alcançou, <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 153);">Ribamar</span> conversava com o médico</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > <span style="font-weight: bold;">Ático Seabra</span>. Ao ver o policial, <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 153);">Ribamar</span>, calmamente, entregou-lhe a arma e</span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > disse:<span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 153);"> "Matei agora mesmo o bandido que mais me perseguia, mas não estou</span></span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" ><span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 153);"> arrependido"</span>.</span><br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" >O assassinato de um dos principais</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > executivos da Ulen teve grande repercussão. Jornais do Maranhão (<span style="font-weight: bold;">A Pacotilha</span>),</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > do sul do país (<span style="font-weight: bold;">Jornal do Comércio</span>, <span style="font-weight: bold;">O Globo</span>, ambos do Rio de Janeiro) e até</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > dos Estados Unidos (<span style="font-weight: bold;">The New York Times</span>) deram grande destaque ao assunto.</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > Preso, <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 153);">José de Ribamar Mendonça</span> foi julgado quase</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > sumariamente, no mesmo ano de <span style="font-weight: bold;">1933</span>. O julgamento, como não poderia deixar de</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > ser, teve como pano de fundo a exploração do país pelas grandes empresas</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > internacionais.</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > O governo norte-americano pressionou de todas as formas</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > possíveis a <span style="font-weight: bold;">Justiça Brasileira</span> para obter a condenação de <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 153);">Ribamar</span>.</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > Subserviente, o próprio <span style="font-weight: bold;">Itamaraty</span>, para não desagradar os EUA</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > e manter abertas as torneiras que periodicamente desaguavam milhares</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > de dólares no país, também se empenhou pela condenação do réu.</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" ><br /><br />Apesar de todas as pressões, <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 153);">José de Ribamar Mendonça</span> foi</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > absolvido em dois julgamentos (o primeiro, por 5 a 2; o segundo, por</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > unanimidade), graças principalmente à atuação do fantástico advogado maranhense <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 102, 0);">Waldemar de Brito</span>,</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > um dos maiores criminalistas de sua época.</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > Sem emprego e sem amor – a bela <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 153);">Ita</span> se afastou, em meio ao</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > turbilhão desencadeado pelo crime –,<span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 153);"> Ribamar</span> partiu para o Rio de Janeiro,</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > onde conseguiu um emprego como cobrador, na empresa <span style="font-weight: bold;">Atlantic</span>.</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > Estava claro que <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 153);">José de Ribamar</span> queria se livrar do pesadelo</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > chamado Ulen, começar vida nova, esquecer de tudo. Mas o implacável</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > "polvo" norte-americano não o esqueceu; em 19 de janeiro de 1944,</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > mais de dez anos depois do crime, ele foi novamente preso, dentro da própria</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > Atlantic, como resultado de um conluio entre o <span style="font-weight: bold;">Itamaraty </span>e a <span style="font-weight: bold;">Embaixada</span></span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" ><span style="font-weight: bold;"> Americana</span>.</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > Transferido do Rio para São Luís, <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 153);">Ribamar</span> sequer chegou a ser</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > julgado: <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 102, 0);">Waldemar de Brito</span> o livrou definitivamente com um <span style="font-weight: bold; font-style: italic;">habeas-corpus</span>, em <span style="font-weight: bold;">29</span></span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" ><span style="font-weight: bold;"> de maio de 1944</span>.</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" ><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Dez dias depois, </span><span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 153); font-family:trebuchet ms;" >Ribamar</span><span style="font-family:trebuchet ms;"> embarcava de volta ao Rio e ao seu</span></span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > emprego na Atlantic. Lá, o assassino de John Kennedy ficou até morrer,</span><span style="color: rgb(0, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" > fulminado prematuramente por um <span style="font-weight: bold;">ataque cardíaco</span>, em <span style="font-weight: bold;">22 de março de 1952</span>, aos <span style="font-weight: bold;">44 anos</span>.</span><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:trebuchet ms;"> Mesmo com a vida marcada por um inimigo longínquo que a tudo fere sem pena, havia já vencido a sua guerra, estava em paz...</span></span><br /><br /><br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:85%;" ><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 0, 0);">FOTO</span>: <span style="font-weight: bold;">O Crime da Ulen</span>. Documentário DocTV 3. <span style="font-weight: bold;">Murilo Santos</span> (</span><a style="font-family: trebuchet ms;" href="mailto:jmsmura@uol.com.br">jmsmura@uol.com.br</a><span style="font-family:trebuchet ms;">).</span><br /><a href="http://www.youtube.com/watch?v=zpzDB4nNzSI&feature=related"><span style="text-decoration: underline;">http://www.youtube.com/watch?v=zpzDB4nNzSI&feature=related</span></a><br /><a style="font-family: trebuchet ms;" href="http://www.youtube.com/watch?v=hQPoYqDLsOI">http://www.youtube.com/watch?v=hQPoYqDLsOI</a><br /><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 0, 0);">FONTE</span>:</span><a style="font-family: trebuchet ms;" href="http://www.anovademocracia.com.br/no-37/126-o-crime-e-a-inocencia-de-jose-ribamar"><br />http://www.anovademocracia.com.br/no-37/126-o-crime-e-a-inocencia-de-jose-ribamar</a><br /><a style="font-family: trebuchet ms;" href="http://www.jornalpequeno.com.br/2005/3/12/Pagina12553.htm">http://www.jornalpequeno.com.br/2005/3/12/Pagina12553.htm</a></span>Ramssés Silvahttp://www.blogger.com/profile/03058493966069323536noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7144132097683515769.post-55338608083425108472011-04-26T10:27:00.000-07:002011-04-26T15:31:28.771-07:00A Missão de Pesquisas Folclóricas de 1938 em São Luís<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/-99NVlW2WdG0/TbcS3r8VFpI/AAAAAAAAAHs/JCe-2nfcL-4/s1600/tambor%2Bde%2Bmina%2Bslz.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 393px; height: 400px;" src="http://1.bp.blogspot.com/-99NVlW2WdG0/TbcS3r8VFpI/AAAAAAAAAHs/JCe-2nfcL-4/s400/tambor%2Bde%2Bmina%2Bslz.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5599965409556371090" border="0" /></a><span style="font-size:85%;"><br /><br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:100%;">Em <span style="font-weight: bold;">1938</span>, por iniciativa e patrocínio de <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_de_Andrade"><span style="font-weight: bold; color: rgb(204, 0, 0);">Mário de Andrade</span></a>, então diretor do<span style="font-weight: bold;"> Departamento de Cultura de São Paulo</span> (atual Secretaria Municipal de Cultura), um grupo de pesquisadores, antropólogos e técnicos percorreu vários Estados do<span style="font-weight: bold;"> Norte</span> e <span style="font-weight: bold;">Nordeste</span> </span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:100%;">coletando material aúdio-visual, além de artefatos pertencentes a diversas manifestações culturais. Esta iniciativa sem precedentes no Brasil até então ficou conhecida como a <span style="font-weight: bold; color: rgb(51, 51, 255);">Missão de Pesquisas Folclóricas</span></span><span style="font-size:85%;"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:100%;">.<br /><br /><span style="font-size:130%;">A intenção era registrar com a maior riqueza de detalhes possível para a posteridade as diversas manifestações antes de sua total descaracterização com o crescente urbanismo do país à época.<br /><br />Em sua passagem por</span></span><span style="font-weight: bold; color: rgb(51, 51, 255); font-family:trebuchet ms;font-size:130%;" > São Luís</span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;">, em meados de 1938, a Missão de Pesquisas Folclóricas fez importantes registros áudio-visuais. Foram registrados o</span><span style="font-weight: bold; color: rgb(204, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:130%;" > Tambor de Crioula</span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;">, o </span><span style="font-weight: bold; color: rgb(204, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:130%;" >Tambor de Mina</span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;">, o </span><span style="font-weight: bold; color: rgb(204, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:130%;" >Bumba-meu-boi</span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;"> e o </span><span style="font-weight: bold; color: rgb(204, 0, 0); font-family:trebuchet ms;font-size:130%;" >Carimbó</span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;">.<br /><br />A Missão passou por aqui em um período de grande repressão aos terreiros e a outros tipos de manifestações populares portanto, os registros foram feitos fora do perímetro urbano, nos arrabaldes, onde se faziam os cultos e as brincadeiras, e sob a autorização da </span><span style="font-weight: bold; font-family:trebuchet ms;font-size:130%;" >Chefatura de Polícia</span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;">. Por esse motivo, algumas informações mais escassas e poucos detalhes em determinados registros, como o Bumba-meu-boi e o Tambor de Crioula, podem ser notados.<br /><br />O primeiro registro feito em São Luís foi o do</span><span style="font-weight: bold; font-family:trebuchet ms;font-size:130%;" > Tambor de Crioula</span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;">, em um terreiro não identificado, no bairro do</span><span style="font-weight: bold; font-family:trebuchet ms;font-size:130%;" > João Paulo</span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;">. O</span><span style="font-weight: bold; font-family:trebuchet ms;font-size:130%;" > Tambor de Mina</span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;"> foi registrado também no mesmo bairro, no terreiro de </span><span style="font-weight: bold; font-family:trebuchet ms;font-size:130%;" >Maximiliana Silva</span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;">, como mostra a foto acima de uma participante em transe.<br /><br />O</span><span style="font-weight: bold; font-family:trebuchet ms;font-size:130%;" > Carimbó</span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;">, manifestação marcadamente paraense, também foi registrado em pleno </span><span style="font-weight: bold; font-family:trebuchet ms;font-size:130%;" >Centro </span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;">de São Luís, com uma brincante fazendo evoluções coreográficas, acompanhada de um solo de marimba (berimbau). Já o </span><span style="font-weight: bold; font-family:trebuchet ms;font-size:130%;" >Bumba-meu-boi</span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;"> foi registrado, ao que tudo consta, somente em aúdio, sem maiores identificações; mas tudo leva a crer, através da audição das faixas, de que se trata de algum grupo do Sotaque da Ilha (Matraca), com marcação bem semelhante porém, um pouco mais rústica da notada atualmente.<br /><br />A Missão de Pesquisas Folclóricas foi responsável pelo </span><span style="font-weight: bold; font-family:trebuchet ms;font-size:130%;" >1º registro em mídia</span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;"> dessas manifestações maranhenses e sua contribuição sócio-cultural e antropológica é sem precedentes no Brasil em termos de amplitude e riqueza de material.<br /><br />Um</span><span style="font-weight: bold; font-family:trebuchet ms;font-size:130%;" > vídeo</span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;"> sobre o registro do</span><span style="font-weight: bold; font-family:trebuchet ms;font-size:130%;" > Tambor de Mina</span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;"> em São Luís está disponível no </span><span style="font-weight: bold; font-family:trebuchet ms;font-size:130%;" >YouTube</span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;"> aos que quiserem se aprofundar mais no assunto:<br /><br /><a style="color: rgb(204, 0, 0); font-weight: bold;" href="http://www.youtube.com/watch?v=8yFOfsiux4Q">http://www.youtube.com/watch?v=8yFOfsiux4Q</a><br /><br /><br /></span><span style="font-style: italic; font-weight: bold; font-family:trebuchet ms;font-size:130%;" >FOTO</span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;">:<br />Tambor de Mina (transe de uma assistente da cerimônia), 17 de Junho de 1938.<br /><br /></span><span style="font-style: italic; font-weight: bold; font-family:trebuchet ms;font-size:130%;" >FONTE</span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:130%;">:<br /><a href="http://www.sescsp.org.br/sesc/hotsites/missao/index.html">http://www.sescsp.org.br/sesc/hotsites/missao/index.html</a><br /><br /></span><br /></span>Ramssés Silvahttp://www.blogger.com/profile/03058493966069323536noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7144132097683515769.post-60798586323103822932011-04-11T17:32:00.000-07:002011-04-26T13:26:02.902-07:00O primeiro automóvel do Maranhão<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/-Bmi5ifqNIQw/TaOe-BcStUI/AAAAAAAAAHc/T82Op-Zoyxw/s1600/Nhozinhoeseuautomovel.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 349px; height: 264px;" src="http://4.bp.blogspot.com/-Bmi5ifqNIQw/TaOe-BcStUI/AAAAAAAAAHc/T82Op-Zoyxw/s400/Nhozinhoeseuautomovel.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5594489950500468034" border="0" /></a><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;"><br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;"><br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);font-size:130%;" >Poucos entre os que vêem a cidade de São Luís atualmente tomada de veículos sabem a verdadeira saga destas máquinas em terras timbiras. Nesse sentido, transcrevo para o blog um artigo interessantíssimo da <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 0);">Revista Ventura</span><span style="color: rgb(0, 0, 0);">,</span> escrito por <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 0);">Fernando Silva</span>, sobre o <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 0);">primeiro veículo importado para o Estado</span>, ainda em <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 0);">1905</span>, pelo industrial <span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 0);">Joaquim Moreira Alves dos Santos</span>, o popular<span style="color: rgb(0, 0, 0);"> </span><span style="font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 0);">Nhozinho Santos</span> que, entre essa e outras coisas, também foi responsável pela introdução do futebol no Maranhão. Mas isso é assunto para um outro artigo. Eis o texto:</span><span style="font-size:100%;"><br /><br /></span></span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >"O tempo era o do fraque e da cartola! Carruagens e tílburis circulavam pelas ruas de São Luís, conduzindo cavalheiros e circunspectos e damas de estirpe. Bondes puxados por parelhas de muares ligavam o centro da cidade à <span style="font-weight: bold;">Madre Deus</span>, aos <span style="font-weight: bold;">Remédios</span> e ao <span style="font-weight: bold;">Caminho Grande</span>. Locomotivas a vapor impulsionavam trens demandando a <span style="font-weight: bold;">Vila do Anil</span>. O Maranhão crescia e progredia. Na capital, funcionavam o serviço telefônico e a comunicação telegráfica via <span style="font-weight: bold;">Cabo Submarino</span>, o algodão liderava a pauta dos produtos de exportação, vapores singravam nossos rios transportando passageiros e mercadorias, “paquetes” aportavam no ancoradouro da Beira-Mar, as casas comerciais da <span style="font-weight: bold;">Praia Grande</span> vendiam ao mundo e compravam do mundo, e negociantes investiam na indústria. Em 1894, somente no setor têxtil, encontravam-se em funcionamento no Maranhão, doze fábricas, nove em <span style="font-weight: bold;">São Luís</span>, duas em <span style="font-weight: bold;">Caxias</span> e uma em<span style="font-weight: bold;"> Codó</span>. </span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >Os ludovicenses freqüentavam a <span style="font-weight: bold;">sorveteria de Adolpho Cohen</span> na <span style="font-weight: bold;">rua Formosa</span>, o <span style="font-weight: bold;">Café Riche</span>, de <span style="font-weight: bold;">Lino Moreira</span>, a <span style="font-weight: bold;">Praça de Touros</span> no <span style="font-weight: bold;">Anil</span>, o <span style="font-weight: bold;"> Velódromo</span> no <span style="font-weight: bold;">Tivoli</span>, o <span style="font-weight: bold;">Hipódromo</span> no <span style="font-weight: bold;">Campo d’Ourique</span>, as quermesses no <span style="font-weight: bold;">Largo do Carmo</span> e no <span style="font-weight: bold;">Largo dos Remédios</span>, os salões de dança do <span style="font-weight: bold;">Clube Euterpe Maranhense</span> e também assistiam a espetáculos de companhias estrangeiras no <span style="font-weight: bold;">Theatro São Luís</span>. O intercâmbio comercial e cultural, o recebimento de jornais, de revistas e da correspondência dos filhos que aprimoravam conhecimentos em <span style="font-weight: bold;">Portugal</span>, <span style="font-weight: bold;">França</span>, <span style="font-weight: bold;">Inglaterra</span> e <span style="font-weight: bold;">Alemanha</span>, mantinha a elite maranhense informada das novidades que afloravam no Velho Continente. As antigas, enormes e pesadas “carruagens sem cavalos”, movidas pelo barulhento e fumacento motor a vapor, (iguais àquela que Joaquim Nabuco de Araújo possuiu no Rio de Janeiro e foi destruída num abalroamento, quando dirigida por Olavo Bilac), estavam sendo substituídas por um veículo de carroceria leve, design moderno e motor a explosão de petróleo – invenção dos alemães <span style="font-weight: bold;">Karl Benz</span> e <span style="font-weight: bold;">Gottlieb Daimler</span>. Surgia o “automobile”, em português, automóvel. No Brasil, o automóvel chegou na década de 90, do século XIX. Em 1891, em São Paulo, <span style="font-weight: bold;"> Alberto Santos Dumont</span> passeava num <span style="font-weight: bold;">Peugeot</span>, motor de 3,5 HP, comprado por seu pai na Usina de Valentigney, na França. Em 1900, no Rio de Janeiro, o engenheiro <span style="font-weight: bold;">Fernando Guerra Duval</span> importou um <span style="font-weight: bold;">Decauville</span>. Naquele mesmo ano, <span style="font-weight: bold;">José Henrique Lanat</span>, industrial francês radicado em Salvador, recebeu um <span style="font-weight: bold;">Clément</span>. No <span style="font-weight: bold;">Maranhão</span>, o introdutor do automóvel foi nosso conterrâneo <span style="font-weight: bold;">Joaquim Moreira Alves do Santos</span>, o <span style="font-weight: bold;">“Nhozinho Santos”</span>, como era carinhosamente chamado pela família e pelos amigos. Em <span style="font-weight: bold;">novembro de 1905</span>, regressando à terra natal, formado <span style="font-weight: bold;">técnico em indústria têxtil</span>, na cidade de <span style="font-weight: bold;">Liverpool</span> –<span style="font-weight: bold;"> Inglaterra</span>, “Nhozinho Santos” trouxe na bagagem a maravilha tecnológica da época: um automóvel inglês <span style="font-weight: bold;"> Speedwell</span>, modelo <span style="font-weight: bold;">Phaeton</span> (um “open touring car” ou carro descapotável para passeio), de quatro lugares, motor De Dion Bouton, monocilíndrico, a gasolina.<br /></span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >Antevendo o sucesso que o automóvel faria em São Luís, tomou a iniciativa de ensinar alguns empregados da sua empresa Fabril, a dirigir. Os dois primeiros habilitados, <span style="font-weight: bold;">Sebastião Raimundo dos Santos</span> e <span style="font-weight: bold;">Otaciano Pereira</span>, tornaram-se chauffeurs profissionais, desempenhando aquela atividade até quando a idade permitiu. Sebastião foi proprietário de automóvel de praça, e seu último carro, um reluzente <span style="font-weight: bold;">Mercury</span>, cinza claro, ano 1951, fazia ponto no Posto Vitória. Otácio, nome com o qual Otaciano ficou conhecido, trajava impecável farda inseparável képi da mesma cor. Ao longo de muitos anos, foi motorista particular do industrial <span style="font-weight: bold;">Adhemar Maia de Aguiar</span>. À frota de <span style="font-weight: bold;">quatro</span> veículos, três automóveis e um auto-ônibus, então existente no <span style="font-weight: bold;">primeiro decênio do século XX</span>, com o curso dos anos, incorporaram-se novos exemplares fabricados na Europa. Em <span style="font-weight: bold;">1914</span>, já havia uma empresa local explorando os serviços de aluguel de automóveis. Naquele ano, no dia <span style="font-weight: bold;">17 de abril</span>, aconteceu o <span style="font-weight: bold;">primeiro acidente de trânsito em São Luís</span>. Um automóvel da firma <span style="font-weight: bold;">Teixeira & Branco</span>, conduzindo em seu interior o desembargador <span style="font-weight: bold;">Bezerra de Menezes</span>, descia com velocidade adequada a <span style="font-weight: bold;">rua do Sol</span>. Aproximando-se o veículo da rua dos <span style="font-weight: bold;">Craveiros</span>, surgiu repentinamente um menor correndo atrás de uma bola, e apesar da destreza do condutor, o atropelamento foi inevitável. A vítima faleceu no local. O motorista foi inocentado, contribuindo para esse ato de justiça o depoimento do passageiro e de pessoas que presenciaram a lamentável ocorrência. Naquela época, os candidatos a chauffeur amador e chauffeur profissional eram examinados por uma <span style="font-weight: bold;">banca</span> presidida pelo <span style="font-weight: bold;">Intendente</span> (Prefeito), tendo como membros <span style="font-weight: bold;">Joaquim Moreira Alves dos Santos</span> (Nhozinho Santos) e o engenheiro eletricista <span style="font-weight: bold;">Antonio Nogueira Vinhais</span>, sendo que os três examinadores assinavam as carteiras dos aprovados. Com a eclosão da 1ª Guerra Mundial, ficou prejudicada a importação de veículos europeus, surgindo a oportunidade para que os fabricantes da América do Norte colocassem aqui suas “máquinas’, conquistando o mercado. Em <span style="font-weight: bold;">1927</span>, os entusiastas do automobilismo obtiveram permissão legal para organizar <span style="font-weight: bold;">corridas de automóveis</span>, e a <span style="font-weight: bold;">praia do Olho d’Água</span> foi o local escolhido para as disputas. Das primeiras competições realizadas, em<span style="font-weight: bold;"> 21 de agosto</span>, <span style="font-weight: bold;">18 de novembro</span> e<span style="font-weight: bold;"> 4 de dezembro</span>, apresentaram-se veículos das marcas <span style="font-weight: bold;">Willys Knight</span>, <span style="font-weight: bold;">Buick</span>, <span style="font-weight: bold;">Overland Six</span>, <span style="font-weight: bold;">Chevrolet </span>e <span style="font-weight: bold;">Studebaker</span>, entre outras. A maior velocidade foi de <span style="font-weight: bold;">110 quilômetros</span>, desenvolvida por um <span style="font-weight: bold;">Buick Master</span>, motor de 6 cilindros e 70 HP, pilotado por <span style="font-weight: bold;">Wilson Nova da Costa</span>, que recebeu como prêmio uma <span style="font-weight: bold;">medalha de ouro </span>oferecida pelos concessionários <span style="font-weight: bold;">J. Aguiar & Cia</span>. As duas primeiras chauffeuses de São Luís, <span style="font-weight: bold;">Maria José</span> <span style="font-weight: bold;">(Zezé) Jorge</span> e sua irmã <span style="font-weight: bold;">Gracinha Jorge Martins</span>, em 1930 passeavam pela cidade dirigindo seus automóveis <span style="font-weight: bold;">Bentley </span>e <span style="font-weight: bold;">Plymouth</span>. Na década de 30, os veículos de maior representatividade eram o Bentley de Zezé Jorge, a <span style="font-weight: bold;">limousine Buick Eight</span>, carro oficial do <span style="font-weight: bold;">interventor federal Paulo Ramos</span> e a <span style="font-weight: bold;">limousine</span> conversível <span style="font-weight: bold;">Fiat</span>, de <span style="font-weight: bold;">Gracinha Gândra Pereira</span>. No pós-guerra destacaram-se os top de linha famosos como o <span style="font-weight: bold;">Lincoln Continental</span>, do industrial <span style="font-weight: bold;">Alberto About</span>, o <span style="font-weight: bold;">Chrysler</span> conversível, do médico <span style="font-weight: bold;">Nunes Freire</span>, e os <span style="font-weight: bold;">Cadillacs</span> “rabo de peixe” do industrial <span style="font-weight: bold;">Eugênio Barros</span> e do comerciante <span style="font-weight: bold;">Paulo Abreu</span>. O automóvel, outrora símbolo de status do seu proprietário, foi se transformando num indispensável meio de transporte para as famílias. Depois de mais de 100 anos da chegada do primeiro automóvel ao Maranhão, circulam pelas ruas e avenidas de São Luís, segundo dados oficiais, <span style="font-weight: bold;">mais de 200 mil </span>veículos. Joaquim Moreira Alves dos Santos, o “Nhozinho Santos”, além de ter sido o introdutor do automóvel no Maranhão,<span style="font-size:130%;"> </span></span><span style=" color: rgb(0, 0, 0);font-family:trebuchet ms;font-size:85%;" ><span style="font-size:130%;">foi também pioneiro de muitas outras novidades. Era filho de</span><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" > Ana Joana Moreira Neta dos Santos</span><span style="font-size:130%;"> e do imigrante português </span><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >Crispim Alves dos Santos</span><span style="font-size:130%;">, então proprietário da </span><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >Companhia Fabril Maranhense</span><span style="font-size:130%;">, de casa comercial na Praia Grande, principal acionista e diretor do </span><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >Banco Hipotecário e Comercial do Maranhão</span><span style="font-size:130%;">, co-fundador da </span><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >Companhia Telefônica do Maranhão</span><span style="font-size:130%;">, vice-presidente da </span><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >Associação Comercial</span><span style="font-size:130%;"> e </span><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >vice-cônsul </span><span style="font-size:130%;">honorário de </span><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >Portugal</span><span style="font-size:130%;">. Nhozinho Santos casou-se com </span><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >Amália Carvalho Branco dos Santos</span><span style="font-size:130%;">, com quem teve seu primeiro filho, </span><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >Crispim Alves dos Santos Neto</span><span style="font-size:130%;">. Enviuvando, contraiu segundas núpcias com </span><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >Maria Sousa dos Santos (Dona Cotinha)</span><span style="font-size:130%;">, nascendo </span><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >José Sousa dos Santos</span><span style="font-size:130%;">, seu segundo filho. Com o falecimento prematuro do pai e, poucos anos depois, do seu tio, </span><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >João Alves dos Santos</span><span style="font-size:130%;">, Nhozinho Santos assumiu a direção dos negócios da família, dirigindo todos os empreendimentos com largo descortino, até que, no final dos anos 20, desligou-se das empresas, transferiu a direção das mesmas aos seus irmãos </span><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >Manuel (Maneco)</span><span style="font-size:130%;"> e </span><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >Antonio (Totó)</span><span style="font-size:130%;"> e mudou-se para o </span><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >Rio de Janeiro</span><span style="font-size:130%;">, onde residiu por muitos anos num enorme casarão na </span><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >Rua Xavier da Silveira</span><span style="font-size:130%;">, no então elegante bairro de </span><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >Copacabana</span><span style="font-size:130%;">, até o seu falecimento."<br /><br /><br /></span><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >FOTO</span><span style="font-size:130%;">:<br />Nhozinho Santos em seu automóvel; Gaudêncio Cunha, Revista do Norte, 1905.<br /><br /></span><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >FONTE</span><span style="font-size:130%;">:<br /><a href="http://www.comunidadelusobrasileirama.org.br/noticias/primeiro_automovel.html">http://www.comunidadelusobrasileirama.org.br/noticias/primeiro_automovel.html</a></span><br /></span>Ramssés Silvahttp://www.blogger.com/profile/03058493966069323536noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7144132097683515769.post-60960280752259064812010-11-03T11:38:00.000-07:002011-04-26T13:27:30.733-07:00O Remo e as Regatas (de 1900 a 1929)<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/TNHPRiuHxMI/AAAAAAAAAHM/RqdeQh8pB0A/s1600/baluarte+e+margens+do+rio+anil-1908.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 341px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/TNHPRiuHxMI/AAAAAAAAAHM/RqdeQh8pB0A/s400/baluarte+e+margens+do+rio+anil-1908.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5535433317300028610" border="0" /></a><br /><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:100%;"><b><span style="font-family:'FolioBT-Bold','sans-serif';"><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-family:arial;" >Origens </span></span></b></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:100%;" ><span style="font-family:arial;">Em 1900, os “sportmen” maranhenses tentam implantar<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:100%;" ><span style="font-family:arial;">mais uma modalidade esportiva - desta vez, voltaram-se para o<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:100%;" ><span style="font-family:arial;">remo, e a utilização dos rios Anil e Bacanga. É criado o “Clube de<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:100%;" ><span style="font-family:arial;">Regatas Maranhense”, instalado na Rua do Sol, 36. Manoel Moreira<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:100%;" ><span style="font-family:arial;">Nina foi seu primeiro presidente: “Club de Regatas Maranhense -<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:100%;" ><span style="font-family:arial;">Director Presidente - Manoel G. Moreira Nina; Vice Director<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:100%;" ><span style="font-family:arial;">Presidente - Jorge Brown; Director Secretário - José Carneiro<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:100%;" ><span style="font-family:arial;">Freitas; Director Thesoureiro - Benedicto J. Sena Lima Pereira;<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:100%;" ><span style="font-family:arial;">Director Gerente - Alexandre C. Moreira Nina; Supplentes: 1º -<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:100%;" ><span style="font-family:arial;">Manoel A. Barros; 2º - Othon Chateau; 3º José F. Moreira de<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:100%;" ><span style="font-family:arial;">Souza; 4º - Antônio José Silva; 5º - Almir Pinheiro Neves;<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:100%;" ><span style="font-family:arial;">Commissão d’Estatutos: Dr. Alcides Pereira; Eduardo de A. Mello;<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:100%;" ><span style="font-family:arial;">Manoel Azevedo; Arthur Barboza Pinto; João Pedro Cruz Ribeiro”.<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:100%;" ><span style="font-family:arial;">(“A Regeneração”, 21 de fevereiro de 1900). Essa iniciativa foi<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:100%;" ><span style="font-family:arial;">efêmera. Os primeiros passos foram dados, para colocar as coisas<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:100%;" ><span style="font-family:arial;">no rumo certo, mas faltaram recursos para aquisição das<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:100%;" ><span style="font-family:arial;">embarcações apropriadas e também faltou apoio do comércio e<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:100%;" ><span style="font-family:arial;">das autoridades constituídas.</span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:100%;" ><span style="font-family:arial;"><br /></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"> </p><span style=";font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:8.5pt;" ><span style=";font-family:arial;font-size:100%;" ><o:p></o:p></span><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-family:arial;font-size:130%;" ><b><span style="font-family:'FolioBT-Bold','sans-serif';">1908 </span></b></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">A 13 de setembro voltou-se a falar na implantação do remo</span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">chegando a ser organizada uma competição, envolvendo duas<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">equipes que guarneciam os escaleres “Pery” e “Continental”. Os<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">irmãos Santos estavam envolvidos em uma prática esportiva -<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">Nhozinho - como era mais conhecido Joaquim Moreira Alves Dos<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">Santos - como timoneiro e Maneco - Manoel Alves dos Santos -<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">como voga; A. Lima (sota-voga); B. Azevedo (sota-proa); e A.<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">Vasconcelos (proa), na “Pery”. A largada deu-se onde é a ponte do<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">São Francisco, com chegada na rampa do Palácio, sendo vitoriosa a<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">baleeira “Continental”, que tinha no timão, F. Oliveira; como voga,<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">J. M. Sousa; voga, J. Sardinha; sota, Maneco Sardinha; e na proa,<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">Raimundo Vaz. Essas atividades, realizadas no rio Anil, começam a<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">se tornar hábito das manhãs de domingo e feriados, contando com<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">uma boa afluência de público.</span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-family:arial;font-size:130%;" ><span style="font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';"><br /></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-family:arial;font-size:130%;" > </span></p><span style="font-family:arial;"><span style=";font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:130%;" ><o:p></o:p></span><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:130%;" ><b><span style="font-family:'FolioBT-Bold','sans-serif';">1909 </span></b></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">Nas comemorações de 28 de julho em São Luis, houve outra<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">prova de remo, tomando parte da mesma militares do 24º BC do<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">Exército e da Marinha (Capitania do Porto e Escola de Marinheiros),<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">sendo utilizado barco a dois remos. A elite maranhense fez-se<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">presente tomando parte ativa, pois atuaram como árbitros da<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">competição: os coronéis Albino Noronha e Carlos, e os doutores<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">João Alves dos Santos, Antônio Lobo, Domingos Barbosa, Viana<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">Vaz foram os juizes de chegada. Na partida, funcionaram Braulino<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">Lago, capitão-tenente Rogério Siqueira, Dr. Armando Delmare,<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">João José de Sousa, Francisco Coelho de Aguiar e o Dr. José<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">Barreto; como juizes de raia, estavam o comandante João Bonifácio,<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">Charles Clissot, Agnelo Nilo e Antônio José Tavares; sendo o diretor<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">de regatas, o tenente Haroldo Reis. A saída deu-se na Rampa do<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">Palácio, tomando parte nos diversos páreos os escaleres: o do<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">comércio tinha como patrão Antônio da Silva Rabelo; o “Fogo”,<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">contava com o mestre João Tibúrcio Mendonça; o “Espírito Santo”,<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">tinha como mestre Manoel Joaquim Lopes; o “Remedinhos”, com<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">Hermenegildo A. de Oliveira; o “Alfândega”, Bernardo de Serra<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">Martins; o “Oriental”, João Romão Santos; o “São José”, Raimundo<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">Alves dos Santos; o “Flor da Barra”, de Carlos Moraes. Participaram<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">ainda, os escaleres “João Lisboa”, “Gonçalves Dias”, “São Luís”,<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">“Nero”, “28 de Julho”, “Correio” e “Bequimão”. O trecho entre a<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">Rampa do Palácio e a Praça Gonçalves Dias estava todo tomado<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">por um grande público. A partir daí, quase todos os anos, no dia 28<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">de julho, essas competições faziam parte das festividades. Mesmo<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">assim, as regatas foram se arrastando em São Luís, com os<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">abnegados, aqui e ali, aproveitando uma comemoração para realizar<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">uma prova no rio Anil. O “Clube de Regatas Maranhense” chegou<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">a ser fundado novamente, muito embora as condições do rio não<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">apresentassem as ideais, pois não oferecia segurança. O mar, em<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">determinadas épocas, ficava muito agitado, temendo-se que uma<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">virada ou o desequilíbrio de um tripulante pudesse vir a ser fatal,<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style="">dada a freqüência dos tubarões.</span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><span style=""><br /></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"> </span></p><span style=";font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:8.5pt;" ><span style=";font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:100%;" ><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><b><span style="">1910-1915 </span></b></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-size:130%;" >Neste período, a modalidade esportiva de remo entrou<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-size:130%;" >em crise no Maranhão, voltando a reviver posteriormente graças<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-size:130%;" >ao empenho do cônsul inglês em São Luís, Sr. Charles Clissot.</span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-size:130%;" ><br /></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"> </p><span style="font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:130%;"><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><b><span style="">1916 <o:p></o:p></span></b></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">Mesmo com contratempos, foram promovidas algumas<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">competições de remo em São Luis, sempre no rio Anil, como a<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">deste ano, que tinha como objetivo implantar, definitivamente, o<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">remo, inclusive com a criação de uma “Liga do Remo”. (Martins,<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">1989, p. 217). Os amantes do “esporte do muque”, como era<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">conhecido, adquiriram no Pará - onde o remo estava plenamente<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">consolidado - duas baleeiras apropriadas, batizadas de “Jacy” e<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">“Alcion”. Devidamente equipadas, eram guarnecidas por<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">empregados do comércio, que se apresentavam bem adestrados no<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">seu manejo. No dia 26 de março as duas embarcações fizeram-se<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">ao mar, realizando um “passeio”. A “Jacy” - equipe branca - tinha<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">como guarnição J. Nava (timoneiro); Júlio Galas e A. Martins<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">(vogas); A. Santos e Nestor Madureira (sota-vogas); Humberto<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">Jansen e A. Cunha (sota-provas); e S. Silva e J. Travassos (proas);<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">já a “Alcion” - trajes azuis -, contava com Humberto Fonseca<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">(timoneiro); A. Paiva e Avelino Farias (vogas); e A. Rosa e M.<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">Borges, como proas. As competições realizavam-se isoladamente,<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">no rio Anil, e não há registro do por que a “Liga do Remo” não se<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">estruturou. Nas manhãs de domingo, as embarcações realizavam<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">passeios, mais como recreação do que como disputa, não obstante<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">os esforços do capitão Melo Fernandes, dos vogas Barão Mota,<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">Agostinho e Manoel Tavares, dos sota-proas Acir Marques e Haroldo<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">Ayres, dos proas Joaquim Carvalho e Francisco Viana e do “crock”<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">Maneco Fernandes. Na Escola de Aprendizes de Marinheiros o<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">remo também era praticado, dispondo de uma guarnição que<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">treinava diariamente. Contava com os vogas Cantuária e Fulgêncio<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">Pinto; como sota-vogas, com Almeida e Abreu; na proa, Belo e<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="">Matos; sota-proas, Zinho e Oliveira e o patrão era Fritz.</span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><br /></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"> </p><span style=""><o:p></o:p></span><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><b><span style="">1917 <o:p></o:p></span></b></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">Neste ano – em plena 1ª. Guerra Mundial -, enchia-se de<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">esperança para os praticantes dos esportes. No Maranhão, diziase<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">que dois esportes marcariam presença definitiva para ficar, o<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">remo e o futebol: “Apesar da guerra, das crises financeiras, do<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">alto custo de vida, etc., a mocidade só pensava no futuro, olhos<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">fixos no dia de amanhã, e, por isso, preparava-se fisicamente.<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">Pensar diferente era ir de encontro à lógica dos fatos que se nos<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">apresentavam diariamente, onde se viam rapazes, que eram<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">incapazes de levantar, como dizia o adágio popular, um gato<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">pelo rabo. Era inadmissível e errônea a educação do espírito<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">sem a educação dos músculos, como dizia Müller. De tudo o<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">homem devia saber. Um organismo raquítico nada valia. Era o<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">importante para suportar uma moléstia, comentavam os críticos.<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">Pregava-se o exercício do remo, porque esse esporte era de uma<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">real utilidade. Esperava-se para breve que, na capital do<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">Maranhão, pudéssemos nos rejubilar da existência de um bom<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">futebol e que o remo se tornasse um esporte definitivo, com<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">prática assídua” (Martins, 1989).</span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style=""><br /></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""> </span></p><span style=""><span style=""><o:p></o:p></span><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><b><span style="">1927-1929 <o:p></o:p></span></b></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">Promoveram-se alguns festivais, no rio Anil, em São<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">Luís, sempre com receios de ataques de tubarões, que subiam para<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">desfrutar dos dejetos despejados pelo Matadouro Modelo. Em 28<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">de julho de 1928, promoveu-se uma regata, em homenagem ao<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">comandante Magalhães de Almeida, tendo a frente os “sportmen”<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">Antônio Lopes da Cunha, sempre envolvido com as coisas do esporte,<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">Cláudio Serra, Hermínio Belo, Benedito Silva e Gentil Silva. As<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">embarcações não eram apropriadas, usando-se botes de quatro<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">remos para a distância de 500 metros, embarcações de pesca à<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">vela e outras de qualquer espécie, desde que não superiores a dez<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">palmos de boca, embarcações com motores de popa ou internos,<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">lanchas à gasolina, etc. As embarcações tinham os mais variados<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">nomes: “Maranhão”, comandada pelo patrão Justo Rodrigues;<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">“Sampaio Corrêa”, com Gino Pinheiro, como patrão; o bote “São<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">José”, com Horácio dos Santos como patrão. A firma Marcelino<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">Almeida & Cia - proprietária do “Loyde Maranhense”-, colocou os<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">vapores “São Pedro” e “São Paulo” à disposição dos convidados<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">especiais. Para as comissões, foram cedidos os rebocadores “Mero”,<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">“Loyd”, e “Satélite”, gentileza da “Booth Line Co.”, do “Loyd<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">Brasileiro” e de “Santos Seabra & Cia”. Naturalmente que o<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">homenageado - Magalhães de Almeida - foi o presidente do Júri de<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">Honra, que contou ainda com as presenças de Dr. Pires Sexto, do<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">comandante Martins, do coronel Zenóbio da Costa, Dr., Jaime<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">Tavares, Major Luso Torres, Dr. Basílio Franco de Sá, Dr. Constâncio<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">de Carvalho e João de Mendonça. A “comissão de chegada” era<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">composta por Clóvis Dutra, Agnaldo Machado da Costa, Dr. Horácio<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">Jordão, Dr. Waldemar Brito, e Sr. Edmundo Fernandes; a “comissão<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">de partida e raia”, contava com Cláudio Serra, Hermínio Belo,<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">Melo Fernandes e Américo Pinto; o cronista, Gentil Serra e o Diretor<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">técnico da Regata, Arnaldo Moreira. Os dois primeiros páreos<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">homenagearam o coronel Zenóbio da Costa, comandante da Força<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">Pública do Estado, a Associação Maranhense de Esportes Atléticos<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">- AMEA -, na pessoa do Dr. Waldemar Brito; o terceiro, foi em<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">homenagem ao aniversariante do dia, o comandante Magalhães de<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">Almeida, então governador do Maranhão; o quarto, foi em<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">homenagem ao Capitão dos Portos, comandante Moreira Martins,<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">com o quinto, sendo homenageado o Prefeito de São Luís, Dr.<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">Jaime Tavares e, finalmente, no sexto páreo, o homenageado foi o<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">major Luso Torres, comandante do 24º BC, do Exército. Dado ao<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">êxito da manhã esportiva, cogitou-se na criação do “Clube de<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">Regatas Atenas”, que teve como incorporadores e fundadores, os<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">esportistas Sílvio Fonseca, José Simão da Costa, Euclides Silva,<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">Herculano Almeida, Carlos Aragão, Dário Gusmão, Anísio Costa,<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">Murilo Viana, Francisco Lisboa, e José Teixeira Rego. Para começar,<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">iria se adquirir uma iole a quatro remos, medindo 11 metros de<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">comprimento - a primeira no gênero a singrar águas maranhenses<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">-; esperando-se que outras fossem “financiadas”. Mas o novo<o:p></o:p></span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=""><span style="">esporte do remo em São Luis feneceu nos anos seguintes.</span></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><br /></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><br /></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><br /><span style=""><span style=""><o:p></o:p></span></span></p> </span> </span> <p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-size:130%;" ><o:p></o:p></span> </p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><b><span style="">Fontes:</span></b></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><b><span style=""><o:p></o:p></span></b></span> </p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-size:130%;" >Martins, Dejard Ramos. <strong>Esporte: Um Mergulho no Tempo</strong>. São Luís:<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-size:130%;" >Sioge, 1989<o:p></o:p></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-size:130%;" ><o:p> </o:p></span></p><p face="arial" style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-size:130%;" ><strong>Remo no Maranhão, 1900 – 1929<o:p></o:p></strong></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal; font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;">Leopoldo Gil Dulcio Vaz (2005)</span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal; font-family:arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-size:130%;"><br /></span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal; font-family: arial;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >Foto:</span></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style="font-weight: bold;font-family:arial;font-size:130%;" >Maranhão 1908</span><span style="font-family:arial;font-size:130%;">, Gaudêncio Cunha.</span><br /></p></span><p></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"><span style=";font-family:'FolioBT-Book','sans-serif';font-size:8.5pt;" ><span style="font-size:85%;"><o:p></o:p></span></span> </p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"></p></span> <p></p><p style="margin: 0cm 0cm 0pt; line-height: normal;" class="MsoNormal" align="justify"></p></span></span> <p></p>Ramssés Silvahttp://www.blogger.com/profile/03058493966069323536noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7144132097683515769.post-88847936021530123272010-10-07T19:45:00.000-07:002010-10-08T07:31:39.609-07:00Os primórdios do Cinema em São Luís<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/TK6K7oAbZFI/AAAAAAAAAG8/JmRdi9fIndw/s1600/Path%C3%A8+Fr%C3%A8res.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 400px; height: 300px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/TK6K7oAbZFI/AAAAAAAAAG8/JmRdi9fIndw/s400/Path%C3%A8+Fr%C3%A8res.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5525506549786305618" border="0" /></a> <span style="color: rgb(0, 0, 0);">Bem conhecidas são do grande público a produção audiovisual e cinematográfica ludovicense; festivais tradicionais e consagrados, como o <span style="color: rgb(0, 102, 0);">Festival Guarnicê de Cinema</span>, um dos mais antigos do Brasil, ajudam a </span>difundir e massificar cada vez mais esta cultura entre os mais diversos meios sócio-culturais da cidade<span style="color: rgb(0, 0, 0);">.</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">O que pouca gente sabe é que a experiência do maranhense com a "7ª Arte", em especial o habitante de São Luís, ocorreu muito precocemente. Aliás, já através dos primeiros contatos com os aparelhos cinematográficos, no final do séc. XIX e início do séc. XX.</span><br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">A historiografia do cinema maranhense e sua tragetória, apesar de ser tema muitas vezes raro em abordagens acadêmicas, por conta de sua riqueza e peculiaridades, é assunto para diversos artigos neste sítio, o que, provavelmente, será feito em breve, descrevendo os acontecimentos à partir do surgimento das casas especializadas em projeção na capital. Iremos nos ater, a princípio, nas suas origens por estas terras e nos acontecimentos que nortearam este contato.</span><br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">O cinema em São Luís começou com o que os especialistas chamam de <span style="color: rgb(204, 0, 0);">Ciclo do Cinema Ambulante</span>, fase do cinema pertencente ao final do séc. XIX e início do séc. XX, na qual os aparatos para a projeção eram inúmeros, de origens européias diversas e de diferentes tipos de processamento da imagem a ser exibida. À medida que alguns métodos ou aparatos iam ficando obsoletos, outros já mais modernos e com mais recursos iam substituindo-os. Os andarilhos proprietários dos equipamentos (brasileiros e estrangeiros eram ativos participantes dessa empreitada) além de projetar os filmes importados da França e Inglaterra já padronizados pelos estúdios de origem, geralmente eram também autores e diretores primitivos de filmes que exibiam o próprio cotidiano nacional, com suas devidas limitações, é claro.</span><br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Sem contar que <span style="color: rgb(204, 0, 0);">Moura Quineau</span> se aventurou em projetar filmes estrangeiros em São Luís ainda no fim do séc. XIX, pode-se dizer, com propriedade, que o primeiro registro de filmagem feita verdadeiramente em São Luís foi de autoria do italiano "<span style="color: rgb(204, 0, 0);">José Fellipe</span>", proprietário do <span style="color: rgb(0, 102, 0);">Bioscópio Inglês</span>, segundo projetor cinematográfico a passar por aqui.</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">O Bioscópio Inglês fez grande sucesso no Teatro São Luís (atual Teatro Arthur Azevedo), onde esteve de 13 de julho a 09 de agosto de 1902, em todas as noites, projetando “<span style="color: rgb(204, 0, 0);">Enchentes à cunha</span>” e “<span style="color: rgb(204, 0, 0);">Casas regorgitadas</span>”, como afirmam os Jornais da época.</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Após o retumbante sucesso, foi convidado para, com seu aparato, participar da noite comemorativa da adesão do Maranhão à Independência do Brasil; depois de vários discursos e recitais literários e de piano, o Bioscópio entrou em ação.</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Um "retrato projetado" dos rapazes da <span style="color: rgb(0, 102, 0);">Oficina dos Novos</span> (grupo literário liderado por <span style="color: rgb(204, 0, 0);">Antônio Lobo</span>), como bem registrou "O Federalista", teria sido, assim, a mais antiga imagem cinematográfica feita em São Luís.</span><br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">O segundo registro só foi acontecer em 1906, com o sr. <span style="color: rgb(204, 0, 0);">Rufino Coelho Junior</span>, maranhense radicado em Paris, e seu <span style="color: rgb(0, 102, 0);">Cinematógrafo Parisiense</span>.</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Na primeira temporada de exibições, à partir de 28 de agosto, ocupou o Teatro São Luís para depois mudar-se para o Largo dos Remédios, afim de participar dos festejos da Santa.</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">No Largo, seus filmes foram exibidos nos dias 08, 09 e 10 de setembro, sempre por volta das 23:00 hs, em sessões muito concorridas.</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">No último dia de exibições, o sr. Rufino projetou o que seria o segundo filme genuinamente filmado em solo maranhense; mostrava o Pavilhão da Quermesse, a imagem de Nossa Senhora dos Remédios e a figura do <span style="color: rgb(204, 0, 0);">Comendador Augusto Marques</span>, o promotor do tríduo.</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Ali nascia a nossa cinematografia...</span><br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Filmagens do tipo só iriam ocorrer novamente em 1910, já na fase dos cinemas instalados como casas de espetáculo na capital como o <span style="color: rgb(0, 102, 0);">Ideal Cinema</span>, o cinema <span style="color: rgb(0, 102, 0);">São Luiz</span> e o <span style="color: rgb(0, 102, 0);">Pathè</span>, que disputavam a preferência do requintado público.</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Em agosto daquele ano o Ideal Jornal trazia a notícia de um filme mostrando aspectos paisagísticos da cidade, de autoria de <span style="color: rgb(204, 0, 0);">Luiz Braga</span>, projecionista do cinema de mesmo nome e provável primeiro diretor cinematográfico ludovicense.</span><br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">O Ideal Cinema também foi pioneiro nos filmes nativos com enredo; a comédia "<span style="color: rgb(0, 102, 0);">E durma-se com um barulho deste!</span>" revelou os patrícios de iniciais <span style="color: rgb(204, 0, 0);">J.S.</span> e <span style="color: rgb(204, 0, 0);">A.R.</span> como sendo bons atores iniciantes. A fita também foi obra de Luiz Braga, que realizaria mais alguns filmes para a grade de programação do Ideal.</span><br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Em 1911, a excelência passa ao Cinema São Luiz, com as filmagens do primeiro mandato do governador <span style="color: rgb(204, 0, 0);">Luís Domingues</span>, em março daquele ano. Em 18 de maio, "A Pacotilha" registra a exibição da fita "<span style="color: rgb(0, 102, 0);">As Festas de S. Benedito</span>", com a saída da missa, a procissão e a saída da igreja na Rua do Sol.</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">No dia seguinte, o filme anunciado era o “<span style="color: rgb(0, 102, 0);">Transporte dos</span></span><span style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="color: rgb(0, 102, 0);"> restos mortais de João Lisboa, em 26 de abril</span>” com cenas no cemitério, o</span><span style="color: rgb(0, 0, 0);"> préstito na Rua do Passeio e na Praça João Lisboa.</span><br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">E assim se deram, de forma bem resumida, as primeiras experiências de São Luís com os meandros da "7ª Arte".</span><br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Infelizmente houve um vácuo na produção cinematográfica local notada até os tempos da utilização da Super-8, já nos idos da década de 60.</span><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Nessa época, figuras com <span style="color: rgb(204, 0, 0);">Murilo Santos</span>, <span style="color: rgb(204, 0, 0);">Euclides Moreira Neto</span> e outros membros de núcleos acadêmicos de cinema, através de produções engajadas, de forte cunho político e social, foram os responsáveis pela retomada do cinema local e pela criação do que seria, mais tarde, um dos festivais de cinema mais respeitados nacionalmente, o Guarnicê.</span><br /><br /><br /><br /><br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Foto: Histoire d'un crime (Ferdinand Zecca, 1901) - Estúdio Pathè Frères</span> (Paris)<br /><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Fonte: </span><a style="color: rgb(0, 0, 0);" href="http://www.cambiassu.ufma.br/cambi_2007/marcos.pdf">MARCOS FÁBIO BELO MATOS: Os primeiros filmes maranhenses.</a>Ramssés Silvahttp://www.blogger.com/profile/03058493966069323536noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7144132097683515769.post-37560853207998385262009-08-10T06:25:00.000-07:002009-08-10T07:26:25.999-07:00O Naufrágio do Navio Maria Celeste<a href="http://2.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/SoAkW4sI-CI/AAAAAAAAAGs/rKPa9qwvx3w/s1600-h/MARIA+CELESTE.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 200px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/SoAkW4sI-CI/AAAAAAAAAGs/rKPa9qwvx3w/s400/MARIA+CELESTE.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5368330731418875938" /></a><br /><br /><strong>"É Maria Celeste nas águas a queimar. É o sol se pondo em réstias na praia..." </strong>já dizia a maravilhosa música da Cia. Barrica do raríssimo LP de 1988; "Boizinho Barrica à luz de uma estrela", tão lindamente interpretada por Gabriel Melônio.<br /><br />Pois foi exatamente este o sentimento vivido por quem testemunhou o referido acidente, o de impotência diante de uma catástrofe de proporções singulares no cotidiano ludovicense, em meio aos ares ainda pacatos do que restou da pomposa São Luís oitocentista.<br /><br />O ano era 1954. A tarde do dia 16 de março deste ano jamais será esquecida; desfigurava-se em chamas diante de centenas de curiosos atônitos e em pleno Porto de São Luís, antiga Rampa Campos Melo (hoje Cais da Sagração, de onde partem as viagens de embarcações para a cidade de Alcântara), um cargueiro de fabricação paulista, o <strong>Navio Maria Celeste</strong>, então com apenas 10 anos de fabricação.<br /><br />A apenas 500 metros da costa, houve uma explosão no interior do Navio provocada por problemas elétricos, ocasionando toda a catástrofe e posterior naufrágio deste. Os 54 metros de comprimentoe a capacidade de 632 toneladas de carga só ajudaram a disseminar as chamas; o navio carregava 1000 cilindros de parafina e 3000 de combustível!<br /><br />O Maria Celeste ardeu em chamas durante 3 dias seguidos! O saldo não poderia ser menos trágico; aproximadamente 16 pessoas morreram no acidente e muitos saíram feridos. Pequenas embarcações presentes na baía ajudaram no resgate das vítimas, em meio à cortina tóxica de fumaça e barris em chamas sendo lançados pelo ar, como mostra o <a href="http://www.brasilmergulho.com.br/port/naufragios/navios/ma/maria_celeste.shtml">relato de Antônio Pereira Cândido</a>, filho de um dos náufragos do navio.<br /><br />Definitivamente, o acidente, cuja proporção impressionaria inclusive atualmente, mudou a rotina da centro histórico ludovicense naquele dia e nos que se seguiram. O interessante é que até bem pouco tempo podia-se notar ainda os destroços do Maria Celeste próximo ao Cais da Sagração em dias de marés muito baixas, retirados por questões óbvias de segurança. Pra onde foram levados os destroços? Só Deus sabe...<br /><br />Foto: Dreyfus Nabor Azoubel, O Imparcial, 1954.Ramssés Silvahttp://www.blogger.com/profile/03058493966069323536noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-7144132097683515769.post-21866734764050808612009-04-07T18:41:00.000-07:002009-04-08T04:01:13.240-07:00História da Fotografia em São Luís<a href="http://3.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/SdwOvdgTbFI/AAAAAAAAAGE/CQQcvgd_4mY/s1600-h/img.gif"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5322145068181843026" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 245px; CURSOR: hand; HEIGHT: 235px" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/SdwOvdgTbFI/AAAAAAAAAGE/CQQcvgd_4mY/s400/img.gif" border="0" /></a><br /><br />Um fato deveras curioso é a pobreza dos registros referentes às técnicas de captação de imagens em nossa cidade e, por conseguinte, em nosso Estado. São poucos os historiadores, tendo como uma das exceções Jomar Moraes, que tratam de forma satisfatória do assunto, apesar de sua importância e pioneirismo notado por aqui comparado a outras muitas províncias do Império.<br /><br />Por esse motivo, e pelo fato de que os artigos aqui escritos buscam principalmente na reprodução de fotografias raras o seu maior atrativo, resolvi abordar o assunto da forma mais didática e prática possível, tentando dar forma à cronologia destes eventos em terras maranhenses.<br /><br />Sabe-se que as técnicas de reprodução de imagem, após sua descoberta em Agosto de 1839, na França, por <a href="http://www.cotianet.com.br/photo/hist/daguerre.htm"><span style="color:#cc0000;">Louis Jacques Mandé Daguerre</span></a>, não tardaram a chegar ao Maranhão. Registros históricos confirmam a presença da técnica em São Luís já em Agosto de 1846, com o "daguerreotipista" norte-americano <a href="http://translate.google.com.br/translate?hl=pt-BR&sl=en&u=http://search.abaa.org/dbp2/book339298972.html&ei=OoHcSfnMKdyLtgez2Jn3DA&sa=X&oi=translate&resnum=1&ct=result&prev=/search%3Fq%3Dcharles%2Bd%2Bfredericks%26hl%3Dpt-BR"><span style="color:#cc0000;">Charles D. Fredericks</span></a>, sob a razão social <span style="color:#000000;"><em><strong>A. & C. D. Fredericks</strong></em> </span>(o "A." referia-se ao seu acompanhente e sócio Alexander B. Weeks, que depois desligou-se da firma). Esta empresa, com seu proprietário recém-chegado de Belém, se propunha a fazer retratos coloridos de interessados da sociedade maranhense pelo processo de <em><a href="http://www.cotianet.com.br/photo/hist/daguerre.htm"><span style="color:#000099;">daguerreotipia</span></a></em>.<br />Em Janeiro do ano seguinte, Fredericks ainda permanecia na cidade, oferecendo seus serviços, anunciando produtos recém-chegados de Nova York. A tabela de preços estava na média do que se cobrava em outras províncias: <span style="color:#000099;">5$000</span> os retratos pequenos e <span style="color:#000099;">8$000</span> os retratos grandes.<br /><br />Ampliações, miniaturizações, cópias coloridas, assim como cobertura de eventos e ocasiões fúnebres já eram oferecidos como diferenciais da firma de Fredericks.<br />Deixou o Maranhão por volta de 1847. Após passar por cidades como Alcântara, São Luís, Belém, Recife, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Salvador juntando recursos, voltou aos Estados Unidos para lá fundar, à época o maior estabelecimento fotográfico daquele país, nos anos 60 do século XIX.<br /><br />Depois de Fredericks, diversos retratistas surgem anunciando seus serviços na imprensa maranhense, quase sempre de passagem, fazendo esporádicas visitas ao interior da província. Até a fixação da técnica fotográfica propriamente dita, foram notadas ao longo do tempo a técnica da <em><a href="http://www.cotianet.com.br/photo/hist/daguerre.htm"><span style="color:#000099;">daguerreotipia</span></a></em>, da <em><a href="http://www.wikinario.com.br/significado/eletrotipia/12662"><span style="color:#000099;">eletrotipia</span></a></em> e da <em><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Cristalografia"><span style="color:#000099;">cristalografia</span></a></em>.<br /><br />Já no ano de 1866, diversos empreendimentos fotográficos de diversos gêneros já existiam com sede fixa na capital e em pontos bem localizados comercialmente. É o que mostra o <em><span style="color:#000099;"><strong>Almanak administrativo, mercantil e industrial para o ano de 1866</strong> </span></em>(B. de Matos, 1866) que cita, entre outros, os nomes de <span style="color:#cc0000;">Domingos Tribuzi</span> (retrato a óleo) e <span style="color:#cc0000;">José Leon Righini</span> (paisagista e cenógrafo).<br /><br />Além dos retratistas a fumo, a óleo e fumo e paisagistas, 7 profissionais eram preferidos exclusivamente como fotógrafos pela sociedade ludovicense:<br /><br /><span style="color:#cc0000;">Antônio de Freitas Ribeiro</span> - Rua da Paz, 12<br /><span style="color:#cc0000;">Antônio José de Araújo Lima</span> - Largo do Palácio<br /><span style="color:#cc0000;">Fortunato Ory</span> - Largo do Palácio<br /><span style="color:#cc0000;">Henrique Elias Neves</span> - Rua Gonçalves Dias, 11<br /><span style="color:#cc0000;">José dos Reis Rayol</span> - Rua Gonçalves Dias, 102<br /><span style="color:#cc0000;">João Luiz de Cerqueira</span> - Rua da Saúde, 25<br /><span style="color:#cc0000;">Justino Norat</span> - Rua Grande, 5<br /><br />Alguns destes já trabalhavam há anos em São Luís, e permaneceram no ofício por muito tempo, gozando de vasta clientela.<br /><br />A partir da segunda metade dos anos 80 do século XIX surgem diversos estabelecimentos fotográficos na Capital, entre eles a <em><strong><span style="color:#000000;">Photographia União</span></strong></em>, de propriedade de <span style="color:#cc0000;">Gaudêncio Cunha</span> (fonte principal das fotos dos artigos aqui publicados) recém-chegado de Belém com <span style="color:#cc0000;">João d'Oliveira Pantoja</span>, inaugurada em 1º de Setembro de 1895, na Rua da Cruz nº. 47.<br /><br />Nota-se então, uma profissionalização cada vez maior destes empreendimentos na Capital, deixando os fotógrafos de serem também amoladores de facas, vendedores de jóias ou professores de artes marciais. Outra característica importante é a sede própria obrigatória destes estúdios, dando a oportunidade aos interessados clientes do interior da província do acesso e comodidade à prestação dos serviços.<br /><br />Os reflexos da Abolição da Escravatura e a crise do parque fabril maranhense comprometeram severamente a perenidade deste tipo de negócio; muitos faliram, não suportando a inadimplência e custo elevado das matérias primas.<br /><br />O certo é que, ainda assim, diversos grupos ainda resistiram ao tempo, passando inclusive a tradição fotográfica pra outros familiares. <em><strong><span style="color:#000000;">Foto Popular, Brasil, Paris, Avenida, Berlim e Foto Londres</span></strong></em> eram alguns estabelecimentos notados na cidade durante a década de 50 do século XX. Outras mais surgiram e desapareceram ao longo dos anos...<br /><br />Foto: Photographia UniãoRamssés Silvahttp://www.blogger.com/profile/03058493966069323536noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7144132097683515769.post-72098137912915924782009-03-17T08:50:00.000-07:002009-03-18T19:48:17.250-07:00Lord Cochrane em São Luís e a Adesão do Maranhão à Independência<a href="http://3.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/Sb_XIXJY9OI/AAAAAAAAAF8/UnmlJmwu-gs/s1600-h/Baile+Lord+Cochrane.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5314202623972799714" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 231px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/Sb_XIXJY9OI/AAAAAAAAAF8/UnmlJmwu-gs/s400/Baile+Lord+Cochrane.jpg" border="0" /></a><br /><a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Thomas_Cochrane"><span style="color:#000099;">Lord Thomas Alexander Cochrane</span></a>, 10.° conde de Dundonald, foi um almirante escocês da Real Marinha Britânica. Nascido em Annsfield (1775), ingressou na Armada Britânica com apenas 17 anos de idade, chegando, posteriormente, a combater contra o próprio Napoleão Bonaparte, que o apelidou de <span style="color:#990000;"><em>Loup de Mer</em></span> (Lobo do Mar), tamanha era sua ousadia e vivacidade no campo de batalha. Virou membro do Parlamento Inglês e, acusado de envolvimento com atividades fraudulentas, em 1814 foi preso e obrigado a deixar a carreira naval. <div><div><div><div><br /></div><div>Após este período nebuloso, acabou se refugiando na América Latina, onde seus serviços foram novamente requisitados em prol das lutas independentistas deste continente contra Espanha e Portugal. O que pouca gente sabe, entretanto, é que este famoso militar teve intensa participação na <span style="color:#006600;">Adesão Maranhense à Indepêndencia do Brasil</span>, senão decisiva.</div><div><br /></div><div>É sabido que a forte influência e dominação lusitana que sempre aqui existiu, aliada à nossa antiga aristocracia extremamente escravocrata e conservadora, de estreitas ligações com a Metrópole e alheia aos comandos vindos do Rio de Janeiro, fez com que o Maranhão aderisse à Independência do Brasil somente em 1823, sob forte resistência dos lusos.</div><div><br /></div><div>Foi da Junta Governativa de São Luís, sob a liderança do Major Fidié, a intenção de reprimir os atos independentistas no Piauí. Após derrota na Batalha do Jenipapo neste Estado, Fidié foge das tropas brasileiras e se refugia em Caxias. Depois de preso, foi enviado a Portugal, onde foi recebido como herói.</div><div><br /></div><div>Os portugueses começam, então, a perder força pela falta de apoio em diversas cidades e povoados do interior; os atos independentistas eram um caminho sem volta. Restava o recôncavo luso mais bem consolidado e resistente: a Capital!</div><div><br /></div><div>Neste momento surge a figura de Lord Cochrane que, sob ordens do Rio de Janeiro, foi enviado para cá, afim de sufocar a resistência com uma poderosa força militar. Sua esquadra foi recebida na costa ludovicense sob o pretexto de que seria um reforço português. Foi um golpe de mestre; conseguiu de forma "tranquila" desembarcar seus homens e aprisionar alguns líderes militares lusos. Tomou o controle da cidade obrigando-a a aderir, a 28 de Julho de 1823, à Independência do Brasil. No final de Agosto, o Maranhão já se encontrava devidamente incorporado ao Império, pagando caro, a partir daí, com alguns embargos imperiais por conta de sua "teimosia".</div><div><br /></div><div>Acredito que a memória dos lusos de São Luís para o fato foi bem curta; no mesmo período da tomada da cidade, ofereceram prontamente jantar e baile a Lord Cochrane. O local onde ocorreu a homenagem é mostrado na foto; é o <span style="color:#000099;">Solar Cesário Veras</span>, o sobradão à direita, ao fundo, <span style="color:#000099;"><span style="color:#333333;">na intersecção do</span> Beco do Couto <span style="color:#333333;">com a</span> Rua do Egito.</span></div><div><span style="color:#000099;"></span><br /></div><div>Ao que parece é que a transição foi absorvida pelos portugueses muito mais rapidamente do que se pensa...</div><div><br /></div><div></div></div><div><div><br /></div><div>Foto: Guia de São Luís do Maranhão, Jomar Moraes, 1995.<br /></div><div><br /></div><div></div></div></div></div>Ramssés Silvahttp://www.blogger.com/profile/03058493966069323536noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-7144132097683515769.post-57620936385206137732009-03-08T09:30:00.000-07:002009-03-10T21:47:00.774-07:00O Caso Pontes Visgueiro<a href="http://2.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/SbdB5LwAYPI/AAAAAAAAAFM/0qLbLwLOkNw/s1600-h/Mariquinhas.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5311786736169279730" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 221px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/SbdB5LwAYPI/AAAAAAAAAFM/0qLbLwLOkNw/s320/Mariquinhas.jpg" border="0" /></a><br />A pacata São Luís do Período Imperial foi palco de célebres crimes que, por sua repercussão e importância social e política, além de estranhas coincidências, ficaram eternizados nos anais históricos do país. Não só a opinião pública da conservadora cidade foi abalada, mas diversas instituições, algumas das quais os próprios réus e outros relacionados aos crimes faziam parte.<br /><br />Neste e em outros artigos (já que os temas são vastos e de considerável envolvimento social) iremos tratar dos principais crimes ocorridos à época, dando ênfase aos acontecimentos mais interessantes que os envolvem. Pois bem.<br /><br />Um caso memorável foi o chamado "<a href="http://www.internext.com.br/valois/pena/1874.htm"><span style="color:#000066;">Caso Pontes Visgueiro</span></a>", onde a vítima, de comportamento social duvidoso, acabou se tornando "mártir" por conta dos requintes de frieza e crueldade que o envolveram .<br /><br />A jovem mulata <span style="color:#990000;">Maria da Conceição</span> era conhecida por sua incontestável beleza (como mostra o raro bico-de-pena reproduzido acima), assim como sua leviandade, vida livre e irriquietude. Era uma prostituta festeira, e parceira de todos os momentos de estudantes, comerciários e qualquer outro disponível para suas pândegas. A conservadora sociedade ludovicense dos idos de 1870 logo apelidou-a de <span style="color:#990000;">Mariquinhas Devassa</span>.<br /><br />Por volta do ano de 1872, o Desembargador alagoano <span style="color:#990000;">José Cândido Pontes Visgueiro</span>, um homem de mais de 60 anos de idade, solteiro e com deficiência auditiva, caiu de amores por Mariquinhas. Passou a ter uma desencontrada relação amorosa com a adolescente a partir de então. Residia num sobrado da Rua de São João nº. 124, hoje pertencente à Caixa Econômica Federal, onde, a 14 de agosto de 1873, aconteceu o cruel homicídio.<br /><br />Pontes Visgueiro fora uma criança acometida por uma grave doença, além de traumas durante a juventude provocados por problemas familiares. Já com idade avançada, mostrava sinais de esclerose. Ao contrário, Mariquinhas sempre levou uma vida independente. Nunca se apegara a ninguém; e não seria dessa vez! Sobrevivia, desde nova, à base de pequenos furtos e esmolagem.<br />Naturalmente encontrou nos caprichos e presentes oferecidos por esse senhor, o comodismo necessário para apresentar-se como sua amante, frequentando-lhe a casa, muitas vezes na companhia de amigas. Esses encontros foram descritos pela comparsa Ana Rosa Pereira, de 19 anos, num dos seus depoimentos:<br /><br /><span style="color:#000066;">- </span><em><span style="color:#000066;"><span style="color:#000066;">Maria</span> e a companheira deitavam-se, mas o desembargador levava toda a noite acordado, passando pelos diversos aposentos da casa e, de vez em quando, se ajoelhava junto ao leito de Maria, permanecendo em contemplação das suas formas.<br /></span></em><br />Várias eram as vezes que Visgueiro a seguia pela cidade e, em muitas dessas perseguições, a encontrava nos braços de outro homem. Desentendiam-se mais logo se acertavam; nenhuma atitude extremada tinha sido tomada por ele até então. Com o tempo a situação se agravou e, pra tentar esquecer Maria, com a qual estava bastante envolvido, Visgueiro refugiou-se no interior do Piauí até julho de 1873, onde começou a arquitetar seu plano macabro com ajuda de um cafuso de nome Guilhermino.<br /><br />Pontes Visgueiro retornou a São Luís, logo mandando encomendar um caixão de zinco sob a reponsabilidade do ourives e funileiro Amâncio José da Paixão Cearense, seu compadre e pai do poeta Catulo da Paixão Cearense.<br /><br />No dia 10 de agosto, mais uma vez o magistrado flagrou-a inesperadamente na companhia de outro homem em sua casa na Rua de Santo Antônio. Era o estudante Joaquim Pinheiro da Costa. Inacreditavelmente, ele não mostrou qualquer reação mais violenta.<br /><br />Visgueiro, nos dias seguintes, tanto aliciou Mariquinhas que esta sucumbiu ao seu convite de ir ao seu sobrado mais uma vez. Havia lhe comprado um presente. Mariquinhas aceitou o convite, mas somente na companhia de sua amiga Teresa de Jesus Lacerda.<br />Passaram a tarde inteira conversando, até que Mariquinhas aceitou ficar a sós com Visgueiro; Teresa voltaria mais tarde para buscá-la.<br /><br />Subiram até um aposento do andar superior do sobrado para ver o suposto presente. Ali, com ajuda de Guilhermino, Pontes Visgueiro amarrou, entorpeceu e apunhalou Mariquinhas diversas vezes. Tomado pelo ódio e frenesi sanguinário, mordia-lhes os seios. Depois esquartejou-a para que o cadáver coubesse no caixão, que logo foi soldado e colocado dentro de outro caixão de cedro. Foi enterrada no quintal.<br /><br />Os requintes macabros e bizarros que envolveram o crime foram também descritos no inquérito por outro cúmplice, que "<em><span style="color:#000066;">viu Maria da conceição estirada no meio do soalho com os pés para a porta e a cabeça para a parede. O desembargador foi sobre ella, mordeu-a no peito e deu-lhe uma punhalada no lado oposto ao que ella já tinha outra, e ella ainda abriu a boca. Puxou o desembargador um caixão grande, que ali estava encostado, e os dois lançaram o cadáver dentro, o qual ficou ficou com as pernas da parte de fora e a cabeça um pouco inclinada. Tendo elle ido buscar, por ordem do desembargador, uma lata de cal, que estava na sala de jantar, e comprar, com 2$000, que elle lhe deu, solda e ferro de soldar, encontrou, voltando, a perna do cadaver amarrado á coxa com uma corda, que, depois, o desembargador cortou para pôr a perna em condições de decepa-la, como fez, afim de melhor arrumar o cadaver no chão, o que foi feito, enterrou um trinchete no ventre do cadaver</span></em>".<br /><br />Após instaurado o inquérito, o crime foi descoberto. A população revoltada apedrejou e pilhou a casa de Pontes Visgueiro, quase chegando a linchar o acusado.<br />Ele seguiu preso para a Corte, onde foi julgado e, orientado pelo seu advogado Franklin Doria e alegando insanidade mental, induziu o Judiciário ao erro. Foi condenado a prisão perpétua, livrando-se da inevitável pena de morte.<br /><br /><br /><br />Bico-de-pena: Guia de São Luís do Maranhão, Jomar Moraes, 1995.Ramssés Silvahttp://www.blogger.com/profile/03058493966069323536noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-7144132097683515769.post-15726885478493590792009-02-28T19:09:00.000-08:002009-03-01T12:31:33.068-08:00Os Passos da Quaresma<a href="http://3.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/SaoJ7lGIKzI/AAAAAAAAAE0/0Mk64ZRkja8/s1600-h/Passo+da+Quaresma_panor%C3%A2mica.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5308066029984295730" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 294px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/SaoJ7lGIKzI/AAAAAAAAAE0/0Mk64ZRkja8/s320/Passo+da+Quaresma_panor%C3%A2mica.jpg" border="0" /></a><br /><div><br />Estamos na Quaresma. Período de 40 dias compreendido entre a Quarta-Feira de Cinzas e a Semana Santa rememorando a diáspora do povo Hebreu pelo deserto, fugindo do Egito sob o comando de Moisés. </div><div>Durante o período colonial, era natural que a sociedade, de extrema educação cristã, encenasse durante este período a Via Sacra de Jesus através de um percurso que remontasse à Via Dolorosa.</div><div><br /></div><div>Em São Luís, principalmente ao longo de todo o século XIX, existiam os <strong><span style="color:#000066;">Passos da Quaresma</span></strong>; pontos de paradas onde o cortejo dava pausas em seu prosseguimento, e onde os participantes da referida procissão encenavam, cantavam e faziam orações, em alusão às Estações da Crucificação de Jesus através das ruelas de Jerusalém.</div><div><br /></div><div>Eram representados os <span style="color:#990000;">14</span> principais quadros da Via Sacra pelo Centro Histórico da capital porém, após anos de degradação, descaracterização e modernização do patrimônio, <span style="color:#990000;"><span style="color:#000000;"><span style="color:#333333;">apenas</span> </span></span><span style="color:#cc0000;">2</span><span style="color:#cc0000;"> </span>Passos ainda oferecem boas condições para a visitação, além de recuperação e conservação; um na <span style="color:#990000;">Rua João Victal</span> e outro na <span style="color:#990000;">Rua Formosa</span> (canto com a Rua Direita), pelo simples fato de constituírem construções isoladas e, por esse motivo, teoricamente menos suscetíveis a mutilações.</div><div><br /></div><div>Há citações da existência dos resquícios de <span style="color:#990000;">3 </span>outros Passos da Quaresma; um na <span style="color:#990000;">Rua Grande</span> nº. 87 onde tem sede a firma Ribeiro Carvalho & Cia. Ltda. (bastante descaracterizado pela platibanda, pintura, acréscimo de uma porta sanfonada e pelas modificações no seu interior), outro na <span style="color:#990000;">parede lateral da Igreja da Sé</span> (em frente à Praça Benedito Leite) e um último num "canto chanfrado" da <span style="color:#990000;">Loja Maçônica Grande Oriente</span> (voltado para a Rua de São João).</div><div><br /></div><div>Em um trabalho intitulado <em><span style="color:#000066;">Quaresmais</span></em>, de <span style="color:#660000;"><em>Astolfo Marques</em></span> (1912), a pompa e beleza das procissões de <em>Corpus Christi</em> foi descrita. A tradição já havia atravessado séculos; desde o período colonial e, infelizmente, nos dias atuais já não possui a grandiosidade de outrora e nem percorre os Passos como era costumeiro. O que não significa, na prática, na perda do brilho e da suntuosidade do cortejo. É a tão conhecida <em>Procissão do Senhor Morto</em>, que ainda arrebata muita gente e deixa as ruas centenárias por onde passa mais cheias de vida, fé e regozijo. E dessa forma a tradição se mantém; com outros coadjuvantes, é claro, mas com o mesmo Personagem Principal desde os primórdios da cidade...</div><div><br /></div><div></div><br /><div><br /></div><div>Foto: Eduardo Abrahão.<br /></div><div><br /></div><div></div>Ramssés Silvahttp://www.blogger.com/profile/03058493966069323536noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7144132097683515769.post-30779617696084582132009-02-24T04:36:00.000-08:002009-02-25T10:23:00.936-08:00A Rua Grande e sua Cronologia Urbana<a href="http://1.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/SaPu7Ap3vyI/AAAAAAAAAEU/IYegle5M5us/s1600-h/Rua+Grande.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5306347483527888674" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 290px; CURSOR: hand; HEIGHT: 263px" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/SaPu7Ap3vyI/AAAAAAAAAEU/IYegle5M5us/s400/Rua+Grande.jpg" border="0" /></a><br />O outrora Caminho Grande, Rua Oswaldo Cruz, ou mais comumente descrita, a Rua Grande.<br /><br />É a rua mais movimentada e responsável por praticamente toda a fama de um dos maiores centros comerciais a céu aberto do Brasil. Mesmo estando encrustrada no Centro Histórico da capital, convive harmonicamente com empreendimentos comerciais mais modernos e contemporâneos e, ao longo de mais de três séculos de existência, nunca perdeu o seu charme e sua importância.<br /><br />Milhares de pessoas caminham diariamente sobre seus palalelepípedos e através de suas inúmeras artérias e ruelas transversais, alheios à história gloriosa e importância de sua influência no traçado arquitetônico da cidade ao longo do tempo.<br /><br />Pois bem. Uma publicação altamente recomendada no sentido de entender a evolução desta importante via no contexto urbano de São Luís é <em><span style="color:#000099;">Rua Grande: Um Passeio no Tempo</span></em> (Paulo Melo de Souza, 1992).<br />Na obra, que é de iniciativa da Prefeitura Municipal e de inúmeros colaboradores, a saga da Rua Grande é contada desde 1640 até os dias atuais, num texto agradável e cheio de ilustrações. Realmente uma boa oportunidade de conhecer melhor uma das nossas principais ruas antigas e com a qual mais nos identificamos quando falamos de comércio na capital.<br /><br />Aqui a <span style="color:#006600;"><strong><span style="color:#000000;">Cronologia</span></strong> </span>da Rua Grande transcrita da obra supracitada:<br /><br /><span style="color:#330099;">1640</span> - <span style="color:#333333;"><span style="color:#000000;"><em>Por ocasião da invasão dos holandeses, a Rua Grande já possuía 4 quadras e alguns edifícios - indo até a rua da Cruz, e já se configurava como caminho de acesso ao interior da ilha.<br /></em></span><br /></span><span style="color:#330099;">1665</span> - <span style="color:#000000;"><em>Governantes transformam o caminho em rua, permitindo a passagem de carros de boi, favorecendo o transporte de cargas do Centro ao Cutim.<br /></em></span><br /><span style="color:#330099;">1743</span> - <span style="color:#000000;"><em>Época da construção da Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Mulatos, sede paroquial a partir de 1805.<br /></em></span><br /><span style="color:#330099;">1844 </span>- <span style="color:#990000;"><span style="color:#000000;"><em>A Rua Grande já se estendia até a rua do Outeiro e, a partir daí, era chamada de Caminho Grande, onde existiam várias Quintas, e se prolongava até as Fortificações de proteção contra a invasão dos indígenas, nas proximidades do bairro do Monte Castelo, permanecendo como caminho de acesso à zona rural.<br /></em></span><br /></span><span style="color:#330099;">1855</span> - <span style="color:#990000;"><span style="color:#000000;"><em>Em 10 de março deste ano, é concluído o calçamento, após quase três anos de serviços, durante a administração do Sr. Eduardo Olímpio Machado, custando ao governo a quantia de 14:857$530 réis.<br /></em></span><br /></span><span style="color:#330099;">1866</span> - <span style="color:#000000;"><em>Existiam 178 casas construídas ao longo desta via.<br /><br /></em></span><span style="color:#330099;">1867 </span>- <span style="color:#000000;"><em>Novo calçamento foi realizado por João Pereira Leite, contratado por 7:760$000 réis para um trecho de 4.500 braças.<br /></em></span><br /><span style="color:#330099;">1868</span> - <span style="color:#000000;"><em>Menos de um ano depois, a 25 de maio, Dr. Jansen Ferreira fechou novo contrato para o calçamento de 1.170 braças quadradas com o Capitão-de-Engenheiros, Dr. Francisco Gomes de Sousa, no valor de 15:210$000 réis. A obra incluía os paredões para segurança de barreiras.<br /><br /></em></span><span style="color:#330099;">1897 </span>- <span style="color:#000000;"><em>O governador Manuel Inácio Belfort Vieira surgiu com a idéia do assentamento das pedras com cimento.<br /></em></span><br /><span style="color:#330099;">1912</span> - <span style="color:#000000;"><em>Instalação de uma oficina em Icatu, especializada na lavra de pedras de granito no formato de paralelepípedos, usadas no calçamento das ruas.<br /><br /></em></span><span style="color:#330099;">1912</span> - <span style="color:#000000;"><em>Com a Igreja da Nossa Senhora da Conceição como sede da Freguesia do mesmo nome, a rua Grande possuía linha de bonde em toda sua extensão, indo até o Anil, e outra que cortava ligando o Largo dos Remédios até a Quinta do Matadouro (São Pantaleão), pelas ruas Rio Branco, do Passeio, e a atual rua do Norte.<br /></em></span><br /><span style="color:#330099;">1920</span> - <span style="color:#000000;"><em>Conforme Lei Municipal desta década, que exigia a construção de platibandas nas edificações, o aspecto colonial foi seriamente alterado.<br /><br /></em></span><span style="color:#330099;">1939</span> - <span style="color:#000000;"><em>Foi demolida a Igreja N. S. da Conceição, e no local foi erguido mais tarde o edifício Caiçara.<br /></em></span><br /><span style="color:#330099;">1940</span> - <span style="color:#006600;"><span style="color:#000000;"><em>Na execução do Plano de Reforma Urbanística da cidade de São Luís, na gestão do interventor Paulo Ramos, o antigo Caminho Grande recebeu "magnífica pavimentação" e arborização. Foi feita a reforma da Praça João Lisboa e a abertura da avenida Magalhães de Almeida, com a destruição de algumas casas do início da rua Grande.<br /></em></span><br /></span><span style="color:#330099;">1979</span> - <span style="color:#000000;"><em>Durante a administração de Mauro Fecury, houve a segunda tentativa de fechamento da rua Grande e algumas das suas transversais, para o trânsito de veículos. A primeira tentativa foi feita durante a gestão do Major Pereira dos Santos, na década de 50, abrangendo o trecho entre a praça João Lisboa e a rua da Cruz.<br /><br /></em></span><span style="color:#330099;">1986</span> - <span style="color:#000000;"><em>O Decreto de Tombamento Estadual de uma área de 160 hectares, no Centro Histórico de São Luís, abrangeu praticamente toda a rua Grande.<br /><br /></em></span><span style="color:#330099;">1990</span> - <span style="color:#000000;"><em>A Prefeitura executa um novo projeto de urbanização para a rua, com o alargamento das calçadas, incluindo piso em placas de concreto pré-moldadas, mantendo-se a pista com paralelepípedos, prevendo a implantação das instalações por via subterrânea. Adotou-se uma política de valorização das edificações, com a recuperação das fachadas e padronização da publicidade.<br /></em></span><br /><span style="color:#000000;">Foto: Miécio Jorge, Álbum do Maranhão, 1950.</span>Ramssés Silvahttp://www.blogger.com/profile/03058493966069323536noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7144132097683515769.post-78584236525344501292009-02-15T13:31:00.000-08:002009-02-24T07:54:40.677-08:00A História do Corpo de Bombeiros em São Luís<a href="http://1.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/SZiKkkrstaI/AAAAAAAAAEM/BHP6jo1z0vY/s1600-h/corpodebombeirosma.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5303140922155644322" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 365px; CURSOR: hand; HEIGHT: 292px" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/SZiKkkrstaI/AAAAAAAAAEM/BHP6jo1z0vY/s400/corpodebombeirosma.jpg" border="0" /></a> No fim do século XIX, São Luís contava com um dos maiores conglomerados urbanos do país, além do Produto Interno Bruto, que também era grande.<br />Sendo assim, as mazelas de uma grande cidade brasileira às portas do século XX eram notadamente claras.<br /><br />Problemas de urbanização e saneamento eram os que exigiam maiores esforços das autoridades, implicando na necessidade da instituição de órgãos que zelassem pela defesa civil.<br /><br />Nesse sentido, o ponto de partida para a implantação do <a href="http://www.cbm.ma.gov.br/pagina.php?IdPagina=66">Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão</a> tem origem em 1901, com a Lei nº. 294, editada em 16 de abril do referido ano, autorizando a criação de um serviço de combate ao fogo.<br /><br />Apesar da determinação, somente em 1903 o funcionamento do órgão foi oficializado num "ato do Vice-Governador do Estado à época, Alexandre Colares Moreira Júnior, que criou uma Seção de Bombeiros, encarregada do serviço de extinção de incêndios, comandada por um oficial do Corpo de Infantaria do Estado, o Alferes Aníbal de Moraes Souto. A Seção tinha, além do Comandante, um 1º Sargento, dois 2º Sargentos, um Furriel, 02 Cabos e 30 soldados." Estava formada, portanto, a primeira equipe encarregada do combate a incêndios.<br /><br />Os insuficientes registros históricos impossibilitam uma maior clareza na descriçao da evolução da Instituição. Sabe-se, portanto, que o Corpo de Bombeiros do nosso Estado funcionou em diversos endereços, talvez explicando o grandioso avanço físico e estrutural ao longo do tempo, já que, no início, funcionava de forma precária e, muitas vezes, improvisada.<br /><br />"Sabe-se que o mesmo funcionou na Rua da Palma, no <a href="http://www.nordestebrazil.com/2007/3/27/Pagina85.htm">Convento das Mercês</a>, no centro da cidade e que durante algum tempo foi municipalizado. Em 1926, a Lei estadual Nº. 1264 incorporou a Seção de Bombeiros à Polícia Militar."<br /><br />O CBMMA, nos seus primórdios, também já se instalou na Av. Gomes de Castro. O crescimento qualitativo da guarnição desde então foi fundamental para a padronização e oferta de serviços tradicionais e novos.<br /><br />No governo de Paulo Ramos, foi recriada a Seção de Bombeiros, cujo efetivo recebeu, à partir daí, treinamento específico. Em 1957, o órgão passou a ser administrado pelo Estado, sob a responsabilidade da Secretaria de Estado dos Negócios do Interior e Justiça e o grupamento deveria ter um oficial com especialização BM, segundo a Lei nº. 1138.<br /><br />Hoje a Instituição comemora mais de 100 anos de existência e bons serviços prestados. A foto acima é de 1908 (Gaudêncio Cunha <em>in Álbum do Maranhão</em>); o recém-implantado serviço então com 5 anos de existência, já contava com uma característica bem singular, o aspecto multi-racial do seu efetivo.Ramssés Silvahttp://www.blogger.com/profile/03058493966069323536noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7144132097683515769.post-74213129636076618472009-02-08T11:12:00.000-08:002009-02-24T07:56:06.103-08:00Os Antigos Carnavais<a href="http://3.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/SY9nuvUT2zI/AAAAAAAAAD0/gMRXGqcfmTA/s1600-h/01.jpg"></a><br /><div><a href="http://2.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/SY8-ouEqNMI/AAAAAAAAADs/kPF93kdqP6Q/s1600-h/20070220-ml2.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5300524155721626818" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 275px; CURSOR: hand; HEIGHT: 348px" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/SY8-ouEqNMI/AAAAAAAAADs/kPF93kdqP6Q/s400/20070220-ml2.jpg" border="0" /></a> São Luís, atualmente, vive um momento de resgate das características originais e primitivas do seu Carnaval.<br />Este folguedo tão tradicional já teve, por aqui, momentos de glória, apogeu, decadência e, ainda bem, resurgiu nas últimas décadas nas ruas da capital com força total e no melhor estilo de outrora: o de rua!</div><br /><div>As primeiras manifestações momescas teriam aparecido em São Luís entre o final do século XVIII e o início do século XIX. E o representante maior das referidas manifestações, principalmente na segunda metade do século XIX, teria sido a brincadeira do <a href="http://www.cmfolclore.ufma.br/x/boletim33.pdf">Entrudo</a>.</div><br /><div>O termo surgiu em Portugal e significa "entrada", e era festejado em comemoração à entrada da primavera, antes do cristianismo. Depois da implantação do cristianismo na Europa, a data de celebração do Entrudo acabou convergindo com o período carnavalesco.</div><br /><div>No Brasil, o Entrudo reinou absoluto no período colonial, atingindo seu apogeu durante o século XIX, "quando começou a ser preterido<br />em nomes dos bailes de mascarados promovidos<br />pelos clubes carnavalescos cariocas<br />conhecidos como Grandes Sociedades."</div><br /><div>Em São Luís (o carnaval se iniciava logo após as festividades de final de ano), o Entrudo alcançou seus momentos de glória nas primeiras décadas do século XX e envolvia os mais diversos meios sociais, com características peculiares a cada um deles. Consistia numa guerra saudável entre determinados grupos, onde se usavam as "<em>cabacinhas</em>", pequenas bolas de fina borracha ou de cera, cheias de perfume, água colorida, farinha de trigo ou mesmo fuligem de chaminé, para atingir o oponente ou o transeunte mais desavisado.</div><br /><div>Com o tempo, o Entrudo foi ganhando uma conotação mais agressiva e sendo hostilizado por determinados ramos da sociedade e das autoridades locais. Com o tempo, passou a ser substituído por outras formas de "interação social carnavalesca"; ao passo que o Carnaval de Clubes, Bailes de Máscaras ou mesmo bailes realizados em imóveis alugados passava a ser febre entre os foliões da capital. Entre os nomes que ficaram na história estão o <span style="color:#000066;">Baile do Bigorrilho</span>, o <span style="color:#000066;">Saravá</span>, a <span style="color:#000066;">Gruta de Satã</span>, o <span style="color:#000066;">Rei Pelé</span>, o <span style="color:#000066;">Clube dos Sargentos e Subtenentes</span> do João Paulo. </div><br /><div>Foi a época áurea do "<span style="color:#000000;"><em>Rodó</em></span>", que nada mais é do que o tão conhecido lança-perfumes, que em terras ludovicenses ganhou esta alcunha com a distorção, ao longo do tempo, do nome da marca de lança-perfumes"<em>Rodouro</em>", de selo "<em>Rhodia</em>".</div><br /><div>O Rodó começou como forma de paquera e conquista nos Bailes, onde se jateava a solução no pescoço da(o) pretendente. Com o tempo, passou a ser utilizado como entorpecente, causando muita polêmica entre a população maranhense.</div><br /><div>Existiam já, à epoca, inúmeras Escolas de Samba como <span style="color:#000066;">Turma da Mangueira</span>, <span style="color:#000066;">Flor do Samba</span>, <span style="color:#000066;">Turma do Quinto</span> e <span style="color:#000066;">Fuzileiros da Fuzarca</span>, todas com seu toque marcante, que acabou se perdendo com o tempo, influenciadas pelo toque das Escolas cariocas, com excessão dos Fuzileiros da Fuzarca. <span style="color:#000066;">Tambores de Crioula</span>, <span style="color:#000066;">Tribos de Índio</span>, <span style="color:#000066;">Baralho</span>, <span style="color:#000066;">Caninha Verde</span>, <span style="color:#000066;">Fandangos</span>, <span style="color:#000066;">Grupos de Urso</span> e <span style="color:#000066;">Chegança</span> eram também brincadeiras frequentes.</div><br /><div>A classe média passeava nos seus carros importados, enfeitados, percorrendo as principais ruas da cidade, entoando marchas e portanto instrumentos de percussão. A classe mais humilde também fazia a sua festa; desfilava em caminhões enfeitados e adaptados ao serviço carnavalesco, com foliões sentados em fileira na carroceria. Eram os famosos "<em>Corsos</em>". A "<em>Casinha da Roça</em>" é uma adaptação rural do Corso que existe ainda hoje nas ruas durante o carnaval.</div><br /><div>Jovens da classe média também organizavam seus blocos, usando fantasias exóticas e rostos pintados. Entre os famosos estavam <span style="color:#000066;">Curinga</span> (Legionários), <span style="color:#000066;">Pif-Paf</span>, <span style="color:#000066;">Mal Encarados</span>, <span style="color:#000066;">Tarados</span> e <span style="color:#000066;">Vira-Latas</span>. Alguns grupos eram integrados apenas por homens, mostrando a clara separação dos sexos no carnaval da época.</div><br /><div>Os <a href="http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.mhariolincoln.jor.br/media/1/20070220-ml2.jpg&imgrefurl=http://www.mhariolincoln.jor.br/index.php%3Fitemid%3D2501&usg=__D07XJw4c67L47yxPpVM6Huv45Yk=&h=348&w=275&sz=16&hl=pt-BR&start=53&um=1&tbnid=tgpPgdhsORAZ9M:&tbnh=120&tbnw=95&prev=/images%3Fq%3Dcarnaval%2Bsao%2Bluis%2Bmaranhao%26start%3D36%26ndsp%3D18%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN">bailes da alta sociedade </a>aconteciam no <span style="color:#000066;">Casino Maranhense</span>, no centro da cidade, depois surgiu o <span style="color:#000066;">Lítero</span> e o <span style="color:#000066;">Jaguarema</span>, que também realizaram tradicionais bailes. Às vezes, grupos representando cada um destes clubes saíam em Corso pela cidade (<span style="color:#cc0000;">vide foto</span>).</div><br /><div>Algumas figuras carnavalescas imortalizaram-se na cidade nesta época: o <span style="color:#000066;">Urso</span>, o <span style="color:#000066;">Esqueleto</span>, o <span style="color:#000066;">Cruz-Diabo</span>, a <span style="color:#000066;">Índia Potira</span> e o <span style="color:#000066;">Fofão</span>, espécie de <em>pierrot </em>mal acabado, são ótimos exemplos disso. Infelizmente apenas o Fofão sobreviveu ao tempo...</div><br /><div>Na década de 60, o então prefeito de São Luís, Epitácio Cafeteira, determinou o fim dos Bailes de Máscaras, que eram tradicionais na capital e, depois disso, entraram em decadência. O carnaval ludovicense começou, alguns anos mais tarde, a entrar em crise sendo, à partir de então, influenciado pelos carnavais de outras regiões do país, principalmente do Rio de Janeiro e de Salvador. As nossas Escolas de Samba, antes conhecidas como <em>Turmas</em>, passaram a adotar o modelo carioca, de carnaval de passarela. Até o toque das Turmas mudou!</div><div></div><div></div><div>Até meados dos anos 80, o Carnaval ludovicense havia perdido bastante de sua força, culminando na quase extinção de sua originalidade durante a década de 90. Começou, à partir daí, um movimento de resgate das origens, principalmente no que se refere ao carnaval de rua, patrocinado pelo poder público e por iniciativa privada. </div><div></div><div></div><div>Nota-se hoje, pelas ruas, o ressurgimento de muitas brincadeiras outrora extintas (inclusive o Entrudo) e, desta forma, o carnaval ludovicense vai assumindo novamente o papel que sempre teve; o de excelente carnaval de rua.</div><div></div><div>Infelizmente o caminho inverso está sendo tomado pelas cidades do interior do Estado, onde o carnaval, a não ser pela tranquilidade, não tem nada de autêntico.</div><br /><div></div><br /><div> </div>Ramssés Silvahttp://www.blogger.com/profile/03058493966069323536noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-7144132097683515769.post-63974493739909629892009-02-03T14:18:00.000-08:002010-10-08T07:47:12.997-07:00A Festa dos Remédios<a href="http://1.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/SYjTYUvlVFI/AAAAAAAAADY/cTI51f2P3lU/s1600-h/Pra%C3%A7a+Gon%C3%A7alves+Dias+II.jpg"></a><br /><div><a href="http://2.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/SYjDjn_N2YI/AAAAAAAAADA/k-gR7u6qxgA/s1600-h/ATgAAADM5WIHshC7fpFoAoMmgmga5P32EXc-_HWhjgcEQyDsRy1iKv9Vc08_T9Uxsm-U4XVy6FDyJBV7AinJftWB-Ju_AJtU9VBJFBKTb2sDFtRJ-9cbn7Zt4FGRpQ.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5298699978398357890" style="margin: 0px auto 10px; display: block; width: 400px; height: 303px; text-align: center;" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/SYjDjn_N2YI/AAAAAAAAADA/k-gR7u6qxgA/s400/ATgAAADM5WIHshC7fpFoAoMmgmga5P32EXc-_HWhjgcEQyDsRy1iKv9Vc08_T9Uxsm-U4XVy6FDyJBV7AinJftWB-Ju_AJtU9VBJFBKTb2sDFtRJ-9cbn7Zt4FGRpQ.jpg" border="0" /></a><br /><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_0"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_0">Aaah</span></span>, o antigo Largo dos Amores!<br />A foto é de 1914 (<span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_1"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_1">Gaudêncio</span></span> Cunha) e mostra a elegância do vestuário <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_2"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_2">ludovicense</span></span> do início do século XX, baseado no estilo francês, com pequenas adaptações ao clima tropical de nossa capital.<br /><br />Neste Largo fica a praça Gonçalves Dias, reformada recentemente, de forma fiel ao original. Ali existe um monumento portando a estátua do nosso maior poeta, além da Igreja dos Remédios, como se vê ao fundo na foto.<br /><br />No século XIX e, inclusive, englobando o período da foto acima, realizava-se neste Largo uma das festas mais aguardadas pela sociedade <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_3"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_3">maranhense</span></span> e, principalmente, por sua juventude aristocrática. Era a oportunidade perfeita para expor novas <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_4"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_4">vestimentas</span></span> ao estilo europeu e <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_5"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_5">flertar</span></span> com possíveis pretendentes.<br />Senhoras e senhores aristocratas participavam <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_6"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_6">ativamente</span></span> dos eventos que circundavam os dias de festa; missas, cortejos, procissões, leilões, <span style="color: rgb(0, 0, 0);">vendas dos mais variados produtos da culinária local, apresentações musicais.<br /><br />A festa é descrita em detalhes no romance que inaugurou o Naturalismo no Brasil; <em><a href="http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/o/o_mulato"><span style="color: rgb(153, 0, 0);">O Mulato</span></a> </em>(1881<em>),</em> de Aluísio Azevedo, num diálogo entre o personagem Freitas (praticamente um monólogo de Freitas) e o protagonista Raimundo:<br /><br /><span style="color: rgb(153, 0, 0);"><em>"Principiou expondo minuciosamente o Largo dos Remédios, com a sua ermida toda branca, seus bancos em <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_7"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_7">derredor</span></span>; muitos <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_8"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_8">ariris</span></span>, muita bandeira, muito foguete, muito toque de sino. Descreveu com assombro exagerado em que se apresentavam todos, todos! para a missa das seis e para a missa das dez, nas quais, dizia ele <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_9">circunspectamente</span>, 'reúne-se nata da nossa judiciosa sociedade!...</em><br /><em></em><br /><em>...O que posso lhe afiançar, Doutor, é que não há criança que, nessa tarde, não tenha a sua pratinha amarrada na ponta do lenço. Aparecem <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_10">cédulas</span> gordas, moedas amarelas; troca-se dinheiro; queimam-se charutos caros, no bazar (há um bazar) as prendas sobem a um preço escandaloso!...</em><br /><em></em><br /><em>...À noite, continuou o Freitas, ilumina-se todo o largo. Armam-se grandes e deslumbrantes arcos transparentes, com a imagem da santa e os emblemas do Comércio e da Navegação, que Nossa Senhora dos Remédios é padroeira do Comércio, e é este que lhe dá a festa...</em><br /><em></em><br /><em>...Há também, para os moleques, um pau-de-sebo, balanços e cavalinhos. É verdade! o doutor sabe o que é um pau-de-sebo?</em><br /><em>-Perfeitamente. Tenha a bondade de não explicar..."</em><br /></span><br />Como vocês notaram, até o Raimundo se cansou da conversa do Freitas.<br /><br />Hoje a praça continua belíssima, e ainda conserva a antiga festa dedicada à padroeira do comércio; com algumas descaracterizações, é claro, mas mantendo a essência. E posso até dizer que este estilo de festa, de típica herança lusitana, pode ainda ser visto em algumas cidades do interior do Maranhão; só tive a oportunidade de presenciar isto quando, em 2008, fui trabalhar na Saúde de um determinado município, sediado em uma região litorânea de colonização essencialmente portuguesa e açoriana e que cultiva, até hoje, as festas dedicadas aos santos e santas, onde se vêem leilões, procissões, fogos, cortejos, missas, levantamento e derrubada de mastros. Uma verdadeira amostra de como os primórdios festivos de nossos colonizadores permanecem vivos, e bem vivos, em determinados locais.<br /></span><br /><p></p></div>Ramssés Silvahttp://www.blogger.com/profile/03058493966069323536noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7144132097683515769.post-7861877268545574432009-02-03T08:42:00.000-08:002009-02-07T10:54:03.705-08:00Bico-de-pena da Praia Grande<a href="http://2.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/SYh0PydMg3I/AAAAAAAAAC4/ww36NyY00kc/s1600-h/Z9emje7.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5298612776192476018" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 160px; CURSOR: hand; HEIGHT: 102px" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_f36mASs0o2Q/SYh0PydMg3I/AAAAAAAAAC4/ww36NyY00kc/s400/Z9emje7.jpg" border="0" /></a> Este "<a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Bico_de_pena">bico-de-pena</a>" do século XIX expressa todo o romantismo que emana de um dos bairros mais significativos do ponto de vista da herança colonial; a Praia Grande. Insistentemente chamado por muitos de "Projeto Reviver".<br /><br />Esta era a vista noturna que se tinha à epoca do outro lado da foz do rio Anil, onde se encontra um bairro comercial muito famoso hoje em dia, o São Francisco. Em destaque encontramos as torres da Sé e as palmeiras imperiais do Palácio do Governo. A vista está bastante modificada nos adias atuais porém, continua belíssima e atrativa.<br /><br />O clima de boemia ainda perdura na Praia Grande, ponto de encontro de intelectuais, turistas, artesãos, prostitutas e toda espécie de tribo urbana. O espaço é amplamente democrático e mescla atitudes e comportamentos modernos em meio a um cenário arcaico e colonial esplendoroso; você não sabe se presta atenção no chão onde se pisa ou se aprecia, boquiaberto, a arquitetura dos enormes casarões, estando, neste caso, vulnerável a uma topada num dos seculares (e duros) paralelepípedos que calçam as ruelas.Ramssés Silvahttp://www.blogger.com/profile/03058493966069323536noreply@blogger.com0